Na segunda-feira (26), um grupo de manifestantes turcos se reuniu em frente ao Consulado dos EUA em Istambul para protestar contra a decisão de Biden de chamar as deportações em massa e assassinatos de armênios no Império Otomano de "genocídio", escreveu a agência AP.
Várias dezenas de manifestantes seguraram cartazes e gritaram slogans "o genocídio é uma mentira, é um plano americano".
Além disso, manifestantes exigiram pôr fim ao uso da base aérea de Incirlik pelos militares dos EUA, gritando: "Soldados americanos, saiam da Turquia!"
Autoridades turcas condenaram fortemente a decisão do governo dos EUA, com o líder da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, alertando que as recentes declarações do presidente norte-americano terão um "impacto destrutivo" nas relações entre os países, dificultando os laços bilaterais.
Em entrevista à agência Reuters, Ibrahim Kalin, porta-voz e conselheiro de Erdogan advertiu que "nos próximos dias e meses haverá uma reação de diferentes graus, tipos e formas".
O porta-voz não especificou se entre possíveis medidas Ancara restringiria o acesso dos EUA à base aérea de Incirlik, localizada no sul turco e que tem sido utilizada para apoiar a coalizão internacional contra o Daesh (organização proibida na Rússia e em vários outros países) na Síria e no Iraque.
Deputados turcos pedem ativação dos sistemas S-400
Devlet Bahceli, presidente do Partido de Ação Nacionalista (MHP, na sigla em inglês) da Turquia apelou a pôr em alerta os sistemas de defesa antiaérea russos S-400 em resposta ao reconhecimento pelo presidente dos EUA do genocídio de armênios no Império Otomano.
"De acordo com o Artigo 11 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, Biden cometeu um crime de incitação ao ódio. Nossa primeira tarefa em resposta deve ser ativar os S-400 e reclamar o reembolso pelos F-35", declarou Bahceli, perante partidários.
O MHP, que tem aliança com o governante Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), é representado no Parlamento por 49 deputados.
Segundo Bahceli, as relações entre Ancara e Washington "estão em uma encruzilhada histórica".