Em meio a protestos violentos na Colômbia, presidente propõe alterar reforma tributária (VÍDEOS)

A Colômbia tem tido protestos, frequentemente violentos, em resposta a uma proposta de reforma tributária que aumentaria o Imposto sobre Valor Agregado sobre serviços públicos e gasolina.
Sputnik

A Colômbia reforçou as unidades policiais e militares em Cali, a terceira maior cidade do país, em uma tentativa de pôr fim aos distúrbios e ao vandalismo. A mobilização vem em meio a protestos que surgem no âmbito de uma greve nacional, desencadeada principalmente por uma controversa reforma tributária.

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Os mais graves tumultos e vandalismo foram relatados em Cali, capital da província de Valle del Cauca, na Colômbia, com ataques a bancos e escritórios do governo, entre outros incidentes. Cerca de 2.500 soldados adicionais serão destacados para a cidade, além das forças de segurança existentes, comunicou Diego Molano, ministro da Defesa, em uma reunião de informação.

Mais de 200 policiais feridos.

Um país que não defende o ser humano policial perde o direito de pedir ao policial que se sacrifique para defender a comunidade.

Uma coisa é o protesto que é respeitado e outra é o terrorismo que se aproveita dele.

A mídia local relata numerosos atos de saque, queima de edifícios e estradas bloqueadas por manifestantes. O prefeito de Cali, Jorge Iván Ospina, estimou as perdas decorrentes do vandalismo em cerca de 80 bilhões de pesos colombianos (R$ 116,5 milhões).

Os protestos começaram em todo o país, apesar de uma ordem judicial e exigências das autoridades para suspender as marchas por medo de contágio. A Colômbia continua em uma terceira onda de infecções por coronavírus, que mantém o setor da saúde do país sob constante tensão.

Há um incêndio na estação Meléndez do MIO [sistema de trânsito rápido em ônibus], no sul de Cali.

Até a manhã de sexta-feira (30) foram detidas 185 pessoas por atos de vandalismo e outros crimes, entre os quais oito cidadãos estrangeiros e 16 menores. Além disso, a polícia colombiana registrou 209 agentes feridos desde que os protestos começaram na quarta-feira (28), dos quais 71 em Bogotá e 68 em Cali, e ofereceu prêmios de até quase R$ 30.000 para quem ajudar a identificar os perpetradores dos desacatos.

Na rua 14 com 39 Cali, parece que Robledo continua louco com a dignidade.

Os sindicatos convocaram greves nas principais cidades do país para exigir que o governo do presidente Iván Duque retire a reforma que apresentou ao Congresso, no início de abril, em uma tentativa de aumentar a receita tributária. As autoridades nacionais expressaram sua disposição de modificar o projeto de reforma tributária através de debates no órgão legislativo.

A maioria dos partidos políticos, bem como os sindicatos e associações empresariais, rejeitam a proposta.

Propostas do governo

Iván Duque, presidente colombiano, anunciou na sexta-feira (30) que havia instruído o Ministério da Fazenda a redigir um novo texto da reforma tributária em consenso com diferentes setores, a fim de tranquilizar uma grande parte da população.

Não haverá IVA [Imposto sobre o Valor Agregado] sobre serviços públicos, não haverá IVA sobre a gasolina, simplesmente não se alteram as regras do jogo nessa matéria que o país tem hoje, isso deve dar tranquilidade e também tem que dar certeza aos cidadãos de que aí não haverá qualquer tipo de preocupação.

O presidente acrescentou que "quem hoje não paga imposto de renda não o pagará", dizendo que o governo está analisando "iniciativas muito valiosas que foram apresentadas pelos partidos" e outras organizações.

O governo argumenta que a reforma fiscal, que estará sujeita a modificações e deverá entrar em vigor em 2022, é necessária para pagar as dívidas adquiridas para gerenciar a pandemia da COVID-19, reduzir o déficit fiscal e manter o grau de investimento.

Com a iniciativa original, o governo esperava reunir 23,4 trilhões de pesos (R$ 34,09 bilhões), impondo pesados impostos à classe média. No entanto, vários setores políticos e manifestantes estão pedindo que a reforma seja retirada, em vez de ser modificada.

Na sexta-feira (30) continuaram alguns confrontos nas ruas de Bogotá e Cali, a cidade mais afetada pelas manifestações, onde vários ônibus e postos de serviço público foram incendiados e várias lojas foram saqueadas.

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