A Turquia acusou Israel de desencadear "terror" sobre palestinos depois que a polícia israelense disparou balas de borracha e granadas de choque contra a mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental, na noite desta sexta-feira (7), segundo a Reuters.
Os confrontos no terceiro local mais sagrado do Islã feriram 205 palestinos e 17 policiais israelenses, e ocorreram em meio à raiva crescente sobre o possível despejo de palestinos de casas em terras reivindicadas por colonos judeus durante toda a semana.
O porta-voz da presidência da Turquia, Ibrahim Kali, disse que os ataques israelenses eram uma vergonha para o Estado judeu e interpretou o conflito israelo-palestino como um caso de apartheid em uma publicação no Twitter.
Que vergonha para Israel e aqueles que se calam diante dos ataques vergonhosos contra Masjid Al-Aqsa neste mês sagrado de jejum. A Palestina e os palestinos não estão sozinhos. Apelamos a todos para que se levantem contra as políticas de ocupação e agressão deste estado de apartheid.
O diretor de Comunicações da Presidência da Turquia, Fahrettin Altun, declarou que Israel está violando os direitos humanos e "pagaria o preço", já que os partidos da oposição ecoaram a condenação do governo em um raro sinal de unidade, segundo a mídia.
"Atacar pessoas inocentes orando é claramente terror. Vemos que esses ataques aos palestinos são contra os direitos humanos mais fundamentais", disse Altun.
Os Estados Unidos também se pronunciaram sobre os conflitos, dizendo que era "crítico" para ambos os lados restaurarem a calma em meio a vários dias de confrontos em Jerusalém Oriental, e pediram "responsabilidade" para diminuir as tensões, segundo reportou o The Times of Israel.
"À medida que entramos em um período delicado nos próximos dias, será fundamental para todos os lados garantirem a calma e agirem com responsabilidade para diminuir as tensões e evitar o confronto", disse Jalina Porter, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA citada pela mídia.
As tensões entre israelenses e palestinos, que já vêm elevadas desde o lançamento de foguetes a partir da Faixa de Gaza no final de abril, aumentaram ontem (7), antes de uma audiência que poderá resultar na expulsão de famílias palestinas de Sheikh Jarrah, um bairro onde colonos judeus apoiados por um tribunal israelense ocuparam algumas casas.
Ao todo, é esperado que 58 residentes, incluindo 17 crianças, sejam deslocados.