Venezuela: presidente do Parlamento diz que Guaidó deve reconhecer erros para dialogar

O opositor Juan Guaidó, que se propôs a dialogar com o governo de Nicolás Maduro, deve reconhecer que errou ao cometer crimes contra os venezuelanos, afirmou hoje (13) o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez.
Sputnik

"Quem quer o diálogo deve começar por reconhecer não apenas que se equivocou, mas que cometeu crimes horrendos contra todo o povo da Venezuela", disse Rodríguez durante a sessão ordinária do Parlamento nesta quinta-feira (13).

Com essas palavras, o presidente da Assembleia Nacional fez referência à proposta apresentada na última terça-feira (11) por Guaidó, um plano que inclui dialogar com o governo de Maduro.

Venezuela: presidente do Parlamento diz que Guaidó deve reconhecer erros para dialogar
Rodríguez disse que o governo está aberto ao diálogo, mas ressaltou que "ninguém sofre de amnésia" no país, por isso, se quiserem dialogar, devem devolver todos os recursos que roubaram da Venezuela.

"Ele [Guaidó] não pode simplesmente chegar com sua cara juvenil cheia de espinhas para pedir uma negociação e um diálogo, sem devolver o que roubou […] ao menos podia dizer que cometeu erros terríveis, que pediu uma invasão militar da Venezuela, e que agora se finge de louco para sentar-se à mesa [para dialogar]", afirmou o parlamentar.

Estou pronto para me reunir com toda a oposição venezuelana! Quando quiserem, onde quiserem e como quiserem. Isto deve ser um passo para que abandonem o caminho da guerra, da invasão, dos atentados e dos golpes de Estado. Esperamos vocês no mesmo caminho eleitoral que percorremos.

Contudo, Rodríguez disse que o seu grupo político apoia a decisão de Maduro de aceitar dialogar, mas ressaltou que já passou da hora de os opositores assumirem as suas responsabilidades.

"Que dessa mesa de diálogo saia o compromisso de que, nunca mais, alguém que se diga venezuelano solicite intervenções militares contra a Venezuela", frisou o presidente da Assembleia Nacional.

Ontem (12), Maduro aceitou a proposta de diálogo de Guaidó, com o acompanhamento do governo da Noruega, da União Europeia e do Grupo de Contato.

Hoje [12] o objetivo é um só: salvar a Venezuela, o nosso país, a nossa família e os nossos sonhos. Por isso, desprendidos de qualquer interesse ou cargo, ontem [11] apresentamos uma proposta simples para conseguir isso: um Acordo de Salvação Nacional.  

A aceitação da proposta pelo presidente venezuelano aconteceu um dia depois que o político opositor escreveu no Twitter que a Venezuela precisa de um acordo de salvação nacional, que incorpore todas as facções políticas e ofereça garantias.

Em maio de 2019, o governo e a oposição tentaram iniciar um processo de diálogo com mediação da Noruega. No entanto, em setembro daquele ano, o processo acabou sendo interrompido, depois que a Casa Branca decidiu impor mais sanções econômicas contra a Venezuela.

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