Rolf Marschalek, professor na Universidade de Goethe, em Frankfurt, e líder do estudo sobre a reação adversa desde março, pensa que sua pesquisa pode ajudar na formulação de uma cura para a questão dos coágulos, reporta o The Financial Times.
O estudo, pré-publicado na quarta-feira (26), demonstra que o problema se encontra nos vetores adenovirais utilizados por ambas as vacinas para transmitirem instruções genéticas ao corpo sobre o pico do vírus SARS-CoV-2.
Uma vez dentro do núcleo da célula, certas partes da proteína de pico do vírus se juntam ou se separam, criando versões mutantes incapazes de se ligarem à membrana celular onde ocorre a importante imunização.
As proteínas mutantes flutuantes são secretadas por células no corpo, desencadeando coágulos sanguíneos em cerca de uma em 100 mil pessoas, segundo a teoria de Marschalek descrita na mídia britânica.
Casos de coagulação sanguínea, detectados em pelo menos 142 pessoas dentro da Europa e responsável por 56 mortes no Reino Unido, levaram à restrição e suspensão das vacinas AstraZeneca e Johnson & Johnson em mais de uma dúzia de países.
Marschalek, por sua vez, acredita que há uma "saída" direta se os fabricantes das vacinas em causa conseguirem modificar a sequência do gene que codifica a proteína de pico do vírus, evitando assim que ela se divida.
Segundo o The Financial Times, a Johnson & Johnson já teria entrado em contato com o laboratório de Rolf Marschalek para pedir orientação, com o objetivo de achar um jeito para adaptar sua vacina e impedir o ajuntamento ou separação de parcelas da proteína de pico.
No entanto, vários cientistas pedem cautela à teoria de Marschalek, pois afinal, é apenas uma entre tantas outras, e também são necessárias maiores evidências que suportem seu funcionamento.