Embaixador russo explica por que Rússia está restaurando instalações militares no Ártico

O embaixador itinerante do MRE russo e funcionário sênior do Conselho Ártico, Nikolai Korchunov, explicou em entrevista à Sputnik para que a Rússia está restaurando a infraestrutura militar no Ártico.
Sputnik

Anteriormente, a representante oficial da OTAN, Oana Lungescu, anunciou que a aliança vai discutir, na próxima cúpula marcada para junho, o aumento das capacidades militares do país na região ártica. Segundo suas palavras, aí a Rússia está desenvolvendo mais seu potencial militar do que em qualquer outro período desde a época da Guerra Fria.

O embaixador russo afirmou que as medidas de restauração da infraestrutura militar no Ártico, tomadas pelo Estado russo, "são condicionadas pela necessidade de assegurar a capacidade defensiva de nosso país na direção do Ártico, a qual tem significado estratégico para a segurança nacional e economia de nosso país".

Em particular, nota o diplomata, mais de 10% do PIB e mais de 20% das exportações russas são produzidos na zona do Ártico.

Além disso, Moscou conta com a criação de condições seguras para concretização de projetos econômicos em grande escala, bem como para assegurar o desenvolvimento socioeconômico contínuo da região, detalhou o entrevistado.

Embaixador russo explica por que Rússia está restaurando instalações militares no Ártico

De acordo com suas palavras, os representantes da Federação da Rússia declararam repetidamente que sua atividade militar no Ártico não viola nenhuns compromissos internacionais nem ameaça à segurança de outros países árticos.

Interesse da China na cooperação sobre o Ártico

Adicionalmente, o diplomata falou sobre o interesse do país asiático na cooperação com Moscou em matéria do Ártico. A China é um país-observador do Conselho Ártico.

Segundo o diplomata russo, há uma cooperação construtiva entre a Rússia e os parceiros chineses, e Pequim quer desenvolvê-la ainda mais.

"Do lado chinês, foi expresso o interesse em cooperar na plataforma do Conselho Ártico em assuntos de geocrinologia e economia do hidrogênio, bem como na interação entre as estações científicas da Rússia e China em Svalbard, em estudos conjuntos do mar e em questões relacionadas às condições meteorológicas e situação do gelo na região do Ártico", detalhou.

Ele também notou que há interesse de Pequim na Rota Marítima do Norte como uma alternativa ao canal de Suez, já que a "diversificação de rotas é sempre uma redução de riscos', conforme as palavras de Korchunov.

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