Joe Biden, presidente dos EUA, afirmou nesta quarta-feira (2) que vai rever a ameaça representada pelos ataques de resgate (ransomware), disse a Casa Branca, acrescentando que Biden discutirá a questão do "abrigo de hackers responsáveis por tais atos" com o presidente russo Vladimir Putin.
O presidente dos EUA afirmou estar "olhando de perto" para a questão dos recentes ataques cibernéticos, mas não acha que Putin o está testando.
Jen Psaki, secretária de imprensa da Casa Branca, detalhou a posição do presidente norte-americano.
"O presidente lançou uma rápida revisão estratégica para abordar o aumento da ameaça de ataques de resgate para incluir quatro grandes linhas de esforço", que inclui a interrupção da infraestrutura e atores dos ataques de resgate, disse Psaki.
A secretária de imprensa da Casa Branca acrescentou que o ataque cibernético contra a empresa de processamento de alimentos JBS USA será discutido durante o próximo encontro entre Biden e Putin em 16 de junho de 2021 em Genebra, Suíça.
"Esperamos que este também seja um dos assuntos que o presidente [dos EUA] discutirá com o presidente Putin na cúpula que será realizada daqui a duas semanas", referiu Psaki.
"[...] Não estamos tirando nenhuma opção da mesa em termos de como podemos responder, mas é claro que há um processo de revisão interna de políticas para considerar isso", concluiu.
Segundo escreve nesta quarta-feira (2) a agência britânica Reuters, a JBS disse à Casa Branca que o ataque de resgate foi realizado por uma organização criminosa provavelmente sediada na Rússia. Este seria o terceiro ataque cibernético deste tipo que visa os EUA desde que Biden tomou posse.
"O presidente Biden certamente pensa que o presidente Putin e o governo russo têm um papel a desempenhar para deter e prevenir estes ataques", comentou Psaki.
Um porta-voz da agência disse à Sputnik que o Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) dos EUA indicou os supostos autores do ataque cibernético à JBS.
"Atribuímos o ataque a REvil e Sodinokibi, e estamos trabalhando arduamente para trazer à justiça aqueles que criaram esta ameaça", disse o porta-voz do órgão do governo norte-americano.
Caso JBS
Anteriormente, a JBS afirmou que tomou conhecimento em 30 de maio que foi "o alvo de um ataque organizado de segurança cibernética, afetando alguns dos servidores que suportam seus sistemas de tecnologia da informação norte-americanos e australianos".
Esta semana, a empresa anunciou que havia feito "progressos significativos na resolução do ataque cibernético".
"Dado o progresso que nossos profissionais de tecnologia da informação e equipes de fábricas fizeram nas últimas 24 horas, a grande maioria de nossas fábricas de carne bovina, suína, avícola e de alimentos preparados estará operacional amanhã [2 de junho]", informou em um comunicado de terça-feira (1º) André Nogueira, CEO da JBS USA.
O Colonial Pipeline, um dos maiores fornecedores de combustível dos EUA, que transporta cerca de 45% da gasolina para a costa leste do país, também foi alvo de um ataque de resgate em maio. Seu chefe executivo Joseph Blount admitiu mais tarde que a empresa acabou pagando cerca de US$ 4,4 milhões (aproximadamente R$ 22,36 milhões) em resgate a um grupo de hackers conhecido como DarkSide, que aparentemente foi o responsável pelo ataque.