Enviado da Rússia à ONU: veredicto de Ratko Mladic é continuação de conduta politizada da Iugoslávia

Os juízes de crimes de guerra da Organização das Nações Unidas (ONU) sustentaram nesta terça-feira (8) uma condenação de genocídio e prisão perpétua contra o general sérvio Ratko Mladic.
Sputnik

Mladic havia sido condenado em julgamento de um tribunal inferior, mas apelou do veredicto e da sentença, mas a alta corte rejeitou todos os fundamentos de seu recurso.

Após a nova decisão, enviado russo às Nações Unidas, Gennady Kuzmin, afirmou que o "veredicto divulgado contra Ratko Mladic é a continuação da abordagem politizada adotada pelo Tribunal Penal Internacional com a [antiga] Iugoslávia". A declaração foi dada durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a questão.

"Tornou-se uma mancha vívida sobre a reputação do IRMCT [Mecanismo Residual Internacional para Tribunais Criminosos] agora", acrescentou Kuzmin.

A Rússia insiste fortemente em um exame médico completo e independente para determinar se Mladic manteve sua função cognitiva, disse ainda o embaixador.

"Um exame e certificação independentes, incluindo se ele [Mladic] manteve sua função cognitiva, ainda não foram realizados [...] Nós insistimos fortemente que este tipo de exame seja conduzido", disse Kuzmin durante a reunião do conselho.

Comentando a decisão, a presidente da Sérvia, Zeljka Cvijanovic, disse que o IRMCT confirmou sua postura antissérvia com a sentença de prisão perpétua de Mladic.

O presidente dos EUA, Joe Biden, por sua vez, disse que é bem-vinda a decisão "histórica".

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Guerra da Bósnia

Atualmente com 78 anos, Mladic liderou as forças sérvias da Bósnia durante a Guerra da Bósnia (1992-1995). O general foi preso pelas autoridades sérvias em 2011 depois de fugir da Justiça Internacional por 16 anos.

Em 2017, Mladic foi condenado em 2017 sob a acusação de genocídio, crimes contra a Humanidade e crimes de guerra, incluindo o terrorismo da população civil da capital da Bósnia, Sarajevo, durante um cerco de 43 meses, e a morte de mais de 8.000 homens e meninos muçulmanos na cidade de Srebrenica em 1995.

Em agosto de 2018, os advogados de Mladic apresentaram uma queixa contra a sentença e as primeiras audições de apelação foram realizadas dois anos depois. Os advogados e a família de Mladic enfatizavam repetidamente que o Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia não fornecia informações sobre a condição de saúde do general, enquanto os médicos de Haia não forneciam tratamento adequado.

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