"Durante meu mandato, eu me acostumei a ataques de todos os tipos de ângulos, de todos os tipos de áreas, sob todos os tipos de pretextos, de razões, de diferente calibre e ferocidade e nada disso me surpreende", disse Putin a Keir Simmmons, da NBC, respondendo à questão de Biden o ter chamado de "assassino".
Ele acrescentou que "em relação à retórica dura, eu acho que isso é uma expressão da cultura geral dos EUA" chamando-a de exemplo de estilo "macho de Hollywood".
Falando das tensas relações bilaterais, Putin não culpou Biden por isso, referindo as diferenças entre o republicano Donald Trump e o democrata Biden no cargo de presidente.
"Creio que o ex-presidente dos EUA, o senhor Trump, é um indivíduo extraordinário e talentoso, caso contrário ele não teria se tornado presidente dos EUA", notou. "Ele é uma pessoa brilhante. Você pode gostar dele ou não. Mas ele não veio do establishment dos EUA, não tinha feito parte da grande política antes, alguns gostam, outros não gostam, mas isso é um fato".
Putin descreveu Biden como um "homem de carreira" observando que ele é radicalmente diferente de Trump não por causa da sua persuasão política, mas porque "ele praticamente passou toda a sua vida adulta na política".
"É um tipo diferente de pessoa, existem algumas vantagens, algumas desvantagens, mas tenho grande esperança de que não haverá quaisquer ações baseadas em impulsos da parte do atual presidente dos EUA", acrescentou.
Em 16 de junho em Genebra, na Suíça, Joe Biden e Vladimir Putin vão se encontrar pela primeira vez desde que Biden assumiu a presidência dos EUA para "discutir toda a gama de questões urgentes, à medida que buscamos restaurar a previsibilidade e estabilidade nas relações entre EUA e Rússia", segundo detalhou a Casa Branca.
O Kremlin, por sua vez, descreveu a pauta de forma um pouco diferente, afirmando que "temos intenção de discutir o estado e as perspectivas de desenvolvimento futuro das relações russo-americanas, problemas e estabilidade estratégica, bem como questões atuais da pauta internacional, incluindo a interação na luta contra a pandemia de coronavírus e a resolução de conflitos regionais".