De acordo com o portal Bloomberg, a administração Biden quer que os EAU removam os equipamentos da Huawei de suas redes nos próximos quatro anos, antes de obterem os caças norte-americanos, previstos para 2026 ou 2027.
As autoridades dos EAU, por sua vez, afirmaram que precisariam de mais tempo para encontrar uma alternativa acessível, podendo ser a Samsung, Ericsson ou Nokia.
Temendo a presença chinesa no Oriente Médio, os EUA seguem tentando encontrar meios de impedir qualquer plano chinês de estabelecer bases na região.
Fontes ligadas ao assunto afirmaram ao Bloomberg que funcionários do antigo governo Trump haviam persuadido funcionários dos EAU a substituir a Huawei, alegando que o equipamento 5G da empresa chinesa poderia ser utilizado para espionagem.
"Os EUA estão trabalhando com aliados e parceiros para apoiar uma cadeia de suprimentos diversificada de equipamentos e serviços confiáveis de telecomunicações", afirmou Stephen Anderson, vice-secretário assistente para comunicações internacionais dos EUA.
Para os EUA, os EAU têm um papel importante na região, contudo, a ação norte-americana é considerada arriscada, já que os árabes podem escolher outras nações como aliadas, aproximando-se ainda mais da China.
Em 2020, a China foi o principal parceiro comercial dos EAU, movimentando quase US$ 54 bilhões (R$ 276 bilhões) no comércio, ou seja, duas vezes mais do que tinham com os EUA.
Temor e paranoia geram sanções e desespero norte-americano
Em outras ocasiões, os EUA já realizaram a mesma estratégia de forçar seus aliados a abandonarem parcerias com países considerados uma "ameaça" pelos norte-americanos.
Anteriormente, os EUA cortaram a Turquia do programa F-35, depois de os turcos adquirirem sistemas russos de defesa antiaérea S-400, além de imporem sanções contra os turcos.
A mesma estratégia está sendo utilizado contra os EAU, já que Washington restringiu as exportações de armas para Abu Dhabi pelo suposto envolvimento na guerra do Iêmen.
A empresa chinesa Huawei também foi sancionada e adicionada a uma lista negra de exportação pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em 2019, impedindo os chineses de acessar as tecnologias de origem norte-americana.