Lavrov: Ocidente deve reconhecer sua responsabilidade na degradação da situação humanitária na Síria

O conflito multilateral na Síria envolve várias forças, entre as principais estão as tropas do governo de Bashar Assad, grupos de oposição, militantes curdos e grupos terroristas. O conflito começou há dez anos.
Sputnik

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que os países ocidentais são responsáveis ​​pela deterioração da situação humanitária na Síria, exortando-os a reconhecer as suas responsabilidades, reporta a agências de notícias sírias SANA.

"Se o conjunto desses fatores for reconhecido como impactando a situação humanitária na Síria, estamos prontos para discutir isso como um todo. Mas nossos parceiros ocidentais devem recusar categoricamente interpretações unilaterais desses ou daqueles problemas e reconhecer suas responsabilidades pela situação geral na esfera humanitária da Síria", enfatizou o chanceler durante entrevista coletiva com a secretária-geral da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Helga Schmid, nesta segunda-feira (21).

Lavrov enfatizou a necessidade de envolver o governo sírio no processo de entrega de ajuda e reiterou que a Síria está pronta para isso, mas infelizmente "nossos parceiros nas Nações Unidas e outros até agora não conseguiram coordenar esta postura clara e legítima".

Lavrov: Ocidente deve reconhecer sua responsabilidade na degradação da situação humanitária na Síria

Sanções norte-americanas

O ministro russo destacou que a situação humanitária na Síria é agravada pelas sanções dos EUA e pela ocupação ilegal da margem leste do rio Eufrates pelas forças americanas.

"Eles [EUA] estão saqueando hidrocarbonetos e outros recursos minerais e usam o dinheiro que ganham com isso para financiar projetos que são vistos por muitos como encorajadores do separatismo e provocando a dissolução do Estado sírio", disse Lavrov.

Por fim, o chanceler criticou a política dos EUA e da União Europeia em relação aos refugiados sírios, salientando que essas potências procuram impedir o regresso das pessoas a Damasco, mantendo-as em campos de refugiados no Líbano e na Jordânia.

"Toda a assistência que o Ocidente está angariando, e está fazendo isso sem a participação de Damasco em violação das regras da ONU, nunca é usada para ajudar os refugiados a voltarem para casa, para garantir condições e serviços elementares para eles: educação, energia e abastecimento de água. [Essa assistência] vai para campos de refugiados na Jordânia, Turquia e Líbano e obviamente visa fazer com que os refugiados permaneçam lá o maior tempo possível", finalizou.

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