Dirigentes de oito dos principais partidos do país reagiram às declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o processo eleitoral do país.
"A democracia é uma das mais importantes conquistas do povo brasileiro, uma conquista inegociável. Nenhuma forma de ameaça à democracia pode ou deve ser tolerada. E não será", diz a nota, citada pelo portal UOL e assinada por ACM Neto (DEM), Baleia Rossi (MDB), Bruno Araújo (PSDB), Eduardo Ribeiro (Novo), José Luís Penna (PV), Luciano Bivar (PSL), Paulinho da Força (Solidariedade) e Roberto Freire (Cidadania).
No comunicado, os presidentes das siglas reafirmam confiança no sistema eleitoral e declaram que a oposição será firme a quem "ameaçar" o sistema democrático: "Temos total confiança no sistema eleitoral brasileiro [...] são as eleições que garantem a cada cidadão brasileiro o direito de escolher livremente seus representantes e gestores. Sempre vamos defender de forma intransigente esse direito, materializado no voto. Quem se colocar contra esse direito de livre escolha do cidadão terá a nossa mais firme oposição".
Nos últimos dias, sem apresentar provas, o presidente Bolsonaro tem posto em dúvida a segurança das urnas eletrônicas e dito que as eleições de 2022 podem não ocorrer.
"Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa a quem ganhar. No voto auditável. Nessa forma [atual], corremos o risco de não termos eleição no ano que vem. Porque é o futuro de vocês que está em jogo", disse Bolsonaro na sexta-feira (9).
Reações às palavras do presidente
Na sexta-feira (9), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, afirmou que os ataques de Bolsonaro eram "levianos" e "lamentáveis quanto à forma e ao conteúdo".
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), por sua vez, disse que não aceitará retrocessos da democracia no país e que "todo aquele que pretender algum retrocesso será apontado pela história como inimigo da nação".
Neste sábado (10), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), colocou panos quentes, afirmando que "o nosso compromisso é e continuará sendo trabalhar pelo crescimento e a estabilidade do país".
Por lei, o presidente da Câmara é o responsável por decidir sobre o arquivamento ou a continuidade de pedidos de impeachment contra o presidente da República.