É necessário que Washington desenvolva parcerias no Ártico para assegurar que a região não se torna uma zona disputada, afirmou na segunda-feira (2) Andrew Lewis, vice-almirante e comandante da 2ª Frota da Marinha dos EUA, durante a Exposição Mar-Ar-Espaço de 2021 da Liga da Marinha.
"O Ártico é uma área de colaboração, mas só permanecerá uma área de colaboração se continuarmos construindo essas relações, mesmo com os russos. Temos que trabalhar juntos porque o ambiente é muito, muito desafiador [...] e o ambiente está mudando", disse Lewis, que também chefia o Comando de Forças Conjuntas Norfolk da OTAN, em referência às mudanças climáticas na área do polo Norte.
Para isso, o militar sugeriu que os EUA aumentem sua presença na região.
"[...] Se não estivermos presentes lá, e se não continuarmos construindo essas parcerias, será um espaço contestado", disse Lewis, apontando que, se os norte-americanos não marcarem presença, eles cederão o espaço "aos russos ou a alguém diferente".
A força norte-americana planejada para operar no Ártico é a Guarda Costeira, mas é possível realizar parcerias por outros ramos militares ou navais, referiu Andrew Lewis. Atualmente, a Guarda Costeira dos EUA colabora estreitamente com as 2ª, 3ª e 5ª Frotas da Marinha do país.
Em janeiro de 2021, a Marinha dos EUA publicou uma estratégia para o Ártico, fixando como um dos objetivos "operar mais assertivamente" na região devido à Rússia estar "reforçando" os exercícios regionais, o mesmo se aplicando à China, que nas "próximas décadas" aumentará sua atividade naval "nas águas do Ártico".
Os EUA têm intensificado sua presença no Ártico nos últimos anos. O porta-aviões Harry S. Truman operou no mar da Noruega em 2018, sendo a primeira vez que um navio norte-americano desse tipo esteve no Ártico desde 1991. Além disso, em maio de 2021, quatro embarcações da Marinha norte-americana navegaram no mar de Barents, entre a Noruega e a Rússia, a primeira vez que um navio de superfície dos EUA entrou neste mar desde meados dos anos 1980.