Chuva caiu pela 1ª vez no cume da Groenlândia, informam cientistas dos EUA

Foi registrada em agosto pela primeira vez chuva no ponto mais alto da Groenlândia, e também se perdeu uma massa de gelo sete vezes maior do que a média nesse período do ano, aponta a instituição norte-americana.
Sputnik

O cume da Groenlândia, onde as temperaturas raramente se elevam acima do congelamento, registrou no último sábado (14) chuvas fortes, anunciou na quarta-feira (18) o Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo (NSIDC, na sigla em inglês) dos EUA, que nota que se trata de apenas a terceira vez que a temperatura no ponto mais alto da Groenlândia subiu acima do gelo.

Os cientistas confirmaram que a chuva foi observada nas instalações de pesquisa da Estação de Cúpula, operadas pela Fundação de Ciência Nacional (NSF, na sigla em inglês) dos EUA. A massa de gelo perdida no domingo (15) foi estimada como sendo sete vezes maior do que a média diária para esta época do ano. A chuva tinha sido originada por temperaturas registradas mais quentes do que o normal durante o fim de semana.

Ted Scambos, um cientista pesquisador sênior do NSIDC da Universidade do Colorado, EUA, acredita que a chuva é mais uma prova de que a Groenlândia está aquecendo rapidamente.

"O que está acontecendo não é simplesmente uma ou duas décadas quentes em um padrão climático errante [...] Isto é sem precedentes", afirmou, citado na quinta-feira (19) pela emissora CNN.

Jennifer Mercer, funcionária de programa do Escritório de Programas Polares da NSF, referiu que os desenvolvimentos exigiriam mudanças operacionais na Estação de Cúpula.

"Isso significa que precisamos considerar eventos climáticos com os quais não tivemos que lidar antes na história de nossas operações lá. Os crescentes eventos climáticos, incluindo derretimento, ventos fortes e agora chuva, nos últimos dez anos ocorreram fora do alcance do que é considerado normal. E estes parecem estar ocorrendo cada vez mais", disse.

Segundo um relatório climático da ONU divulgado este mês, a queima de combustíveis fósseis provocou um aumento no ritmo de derretimento da camada de gelo da Groenlândia durante as duas últimas décadas. Um estudo publicado em janeiro de 2021 na revista Cryosphere afirma que a Terra perdeu 28 trilhões de toneladas de gelo desde meados dos anos 1990, a maior parte proveniente do Ártico, incluindo o manto de gelo da Groenlândia.

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