"Se a população precisar da democracia, a população chegará a ela por si própria, isso não precisa ser imposto à força", declarou Putin.
Putin observou ainda que o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) no Afeganistão não é um movimento homogêneo, pois no território atuam diferentes grupos.
Em relação ao reconhecimento do novo governo afegão, Putin afirmou que é preciso analisar as realidades, o que está por trás de suas declarações.
Presidente russo Vladimir Putin durante cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, 23 de agosto de 2021
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Vladimir Putin fez questão de ressaltar que a Rússia não está interessada na desintegração do Afeganistão.
"A Rússia não está interessada na desintegração do Afeganistão. Se isso acontecer, então não haverá ninguém com quem conversar. E se for esse o caso, é preciso pensar sobre o seguinte: quanto mais cedo o Talibã se juntar à família das nações civilizadas, mais fácil vai ser contatar, conversar, de alguma forma influenciar e questionar", declarou Putin.
Além disso, o líder russo definiu a situação do Afeganistão como uma "catástrofe humanitária", destacando que a ONU e o seu Conselho de Segurança têm a responsabilidade de manter a ordem no mundo.
No dia 15 de agosto, Ashraf Ghani renunciou e deixou o país, citando o desejo de evitar que o Talibã "massacrasse" as pessoas em Cabul.
Após a fuga do ex-presidente afegão, o Talibã anunciou ter o controle total sobre as instituições oficiais de Cabul, sobre a guarda do palácio presidencial e sobre a organização de patrulhas noturnas na cidade.