Israel considera as aspirações nucleares do Irã uma ameaça de escala regional, e está pronto para proteger seus cidadãos, declarou Yair Lapid, ministro das Relações Exteriores israelense, à Sputnik.
"A força desestabilizadora dentro da Síria é o Irã, e Israel não pode tolerar, nem a longo prazo e nem a curto prazo, a presença iraniana e a forma como o Irã está exportando terror para a região [...] Vamos fazer algo a respeito disso, não vamos ficar de braços cruzados, esperando que o terror guiado pelo Irã atinja nossos cidadãos", disse Lapid.
Ele recusou-se a explicar se a estratégia abrangente israelense contra o Irã incluía meios diplomáticos, sanções ou possíveis ações militares, mas disse que deveria ser mostrada uma "ameaça credível" ao Irã, pois, segundo o chanceler israelense, Teerã está à beira de adquirir armas nucleares, podendo desencadear uma corrida armamentista nuclear na região, e representa uma "ameaça existencial" a Israel.
"Haverá uma espécie de efeito salame em toda a região se o Irã se tornar uma potência nuclear, então temos que ter certeza de que isso não aconteça", disse Lapid.
A Arábia Saudita, Turquia e Egito começariam a desenvolver suas próprias armas nucleares, enquanto a alta do islamismo radical no Afeganistão, vizinho do Paquistão, que tem armas nucleares, poderia exacerbar a crise de segurança, disse o ministro.
O acordo nuclear do Irã, o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que tinha como objetivo frear as ambições nucleares iranianas, não mostrou resultados tangíveis, nem as conversações de Viena conseguiram retomar o pleno cumprimento do acordo por todas as partes, apontou Yair Lapid.
Desde abril, a comissão conjunta do JCPOA tem realizado sessões em Viena, Áustria, em uma tentativa de reavivar o acordo, quebrado após a retirada dos EUA em 2018. Israel se opôs às negociações, dizendo que o Irã estava apenas jogando pelo tempo enquanto desenvolvia seu programa nuclear. As relações EUA-Israel se deterioraram em meio a diferenças mútuas sobre o acordo nuclear.