Dez agências chinesas, incluindo o Banco Central, se comprometeram a trabalhar juntas para extinguir a atividade "ilegal" de moedas digitais, informa a agência Reuters.
"Desta vez ficou muito claro que a China não apoiará o desenvolvimento do mercado de moedas digitais, pois isso vai contra suas políticas de estreitar o controle do fluxo de capital e das grandes tecnologias", disse George Zarya, diretor executivo da Bequant Crypto Exchange em Londres, no Reino Unido, citado na matéria.
O Banco Popular da China declarou que as moedas digitais não devem circular como moedas tradicionais e que as bolsas estrangeiras estão impedidas de prestar serviços a investidores do continente através da Internet, cortando a entrada de bolsas como a Coinbase (COIN.O) e Binance da segunda maior economia do mundo.
O mesmo órgão também impediu que instituições financeiras, empresas de pagamento e empresas on-line facilitem o comércio de moedas digitais a nível nacional.
O governo chinês vai "reprimir resolutamente a especulação de moedas digitais e atividades financeiras e comportamentos errados relacionados [com ela] com o objetivo de salvaguardar as propriedades pessoais e manter a ordem econômica, financeira e social", disse o Banco Popular da China em um comunicado citado pela Reuters.
O bitcoin, a principal moeda digital do mundo, caiu mais de 6% para US$ 42.217 (cerca de R$ 226 mil) de acordo com as notícias, tendo anteriormente caído cerca de 1%.
A declaração desta sexta-feira (24) é a mais detalhada até agora dos mais poderosos reguladores do país, ressaltando o compromisso de Pequim em desestabilizar o mercado criptográfico chinês.
"Há um nível de pânico no ar", disse Joseph Edwards, chefe de pesquisa da Enigma Securities, uma corretora de divisas criptográficas em Londres.