A França é responsável pela formação de grupos terroristas que atuam no Mali, e Bamaco tem provas, disse à Sputnik o premiê do governo de transição maliano, Choguel Kokalla Maiga.
"Os terroristas que estão presentes no Mali vieram da Líbia. E quem destruiu o Estado da Líbia? A França com os aliados. Quando o Estado do Mali começou a colaborar com a França sobre a intervenção no Mali para luta contra o terrorismo, pedimos para eles ajudassem com dados de inteligência e apoio aéreo. Ninguém falou do envio de militares para terra", disse o premiê.
O primeiro-ministro do Mali destacou que a França respeitou acordo nas cidades de Konna, Gao, Timbuktu. Mas quando os militantes franceses se aproximaram da cidade de Kidal, eles proibiram a entrada dos soldados malianos.
As tropas francesas criaram um enclave e o entregaram a um movimento formado dos representantes de Ansar Dine, que colabora com a Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), revelou Choguel Kokalla Maiga.
"O Mali não tem aceso a Kidal, é um enclave controlado pela França. Eles têm grupos armados treinados por oficiais franceses. E temos provas disso", conforme o premiê.
Há dias, o Ministério das Relações Exteriores maliano chamou o embaixador da França no país devido às "declarações hostis" do presidente francês Emmanuel Macron contra o Mali.
O Mali apelou às autoridades franceses para manterem a contenção e uma abordagem construtiva baseada no respeito mútuo para se focarem, nomeadamente, na luta contra o terrorismo na região do Sahel.
Anteriormente, Macron afirmou que foi graças às operações da França na região do Sahel que os terroristas não tomaram o poder no Mali.