A equipe da professora da Universidade de Washington e principal autora do estudo, Nan Liu, analisou amostras dos meteoritos de Murchinson, que caíram na cidade australiana de Murchinson em 1969.
De acordo com a professora, estes meteoritos são primitivos, ou seja, formaram-se no início do Sistema Solar e desde então permanecem praticamente intactos.
"A maioria dos meteoritos que vêm do cinturão de asteroides sofre colisões e aquecimentos", adiciona.
Estes meteoritos possuem grãos feitos de carboneto de silício, ou seja, átomos de silício e de carbono, ainda mais antigos que o Sol em seu material, segundo estudo publicado na revista Astrophysical Journal Letters.
Para os pesquisadores, a possível origem desses fragmentos são estrelas gigantes vermelhas cujas atmosferas contêm mais carbono que oxigênio.
Imagem de microscópio eletrônico de um carbonete de silício extraído do meteorito
© Foto / NASA, Nan Liu e Andrew Davis
De acordo com Liu, as medições anteriores revelam taxas de isótopos de carbono e nitrogênio mais baixas nesses grãos.
"Estes grãos [de rocha espacial] passaram centenas de milhões de anos no meio interestelar e bilhões de anos no nosso Sistema Solar, portanto, sua superfície pode ter absorvido esses materiais [nesse tempo]", afirmou a professora, ressaltando que os pesquisadores desenvolveram um método capaz de remover qualquer impureza da superfície dos grãos.
O novo método dissolve os pedaços do meteorito em ácido até se tornarem pequenos fragmentos de carboneto de silício e, posteriormente, os grãos são banhados com feixes de íons de césio e oxigênio.
A descoberta oferece uma nova oportunidade de compreender este tipo específico de estrela.