O lago tem uma área de 13 mil quilômetros, com acesso ao mar do Caribe, sendo o coração da indústria petrolífera da Venezuela, que já foi o motor econômico do país. Além disso, o lago é fonte de trabalho para muitas comunidades pesqueiras. Imagens de satélite divulgadas pela NASA no dia 25 de setembro mostram o lago de cor esverdeada com manchas de óleo em sua superfície.
As imagens revelam redemoinhos de cor verde, marrom e cinza que seguem as correntes naturais e que, segundo os especialistas, dispersam os poluentes por todo o lago.
Lago de Maracaibo, no oeste da Venezuela, vem sofrendo com os vazamentos de óleo há anos
© Foto / NASA
A cor verde do lago é causada por algas que se alimentam dos nutrientes presentes em suas águas, e são constituídas por uma cianobactéria, capaz de fazer fotossíntese e que cresce com o consumo de nutrientes como nitrogênio e fósforo.
De acordo com a BBC Brasil, estes nutrientes são originados por descargas domésticas e industriais de cidades costeiras e instalações próximas, que fazem com que o nitrogênio seja acumulado e essas algas se multipliquem na superfície do lago, bloqueando a luz solar e impedindo que a vegetação cresça naturalmente, além de impedir que outras plantas façam fotossíntese, limitando o oxigênio e reduzindo a população de peixes e outras espécies.
Segundo a bióloga Yurasi Briceño, citada pela BBC Brasil, estas algas podem ter componentes tóxicos para o homem, e "quando os peixes comem essas algas e depois são consumidos pelas pessoas, esses componentes passam para o corpo dos pescadores, em um efeito cumulativo".
O lago de Maracaibo era originalmente de água doce. Contudo, devido à dragagem para fins comerciais, tornou-se uma área onde ocorre a mistura de água doce e salgada.
No início do século XX, a descoberta de petróleo transformou o estado de Zulia, onde fica o lago, em um ponto de exportação mundial de petróleo bruto e, durante anos, a cidade de Maracaibo viu sua economia em expansão.
Contudo, devido à falta de manutenção, o lago vem sofrendo com os vazamentos de óleo há anos, com os especialistas estimando que mais de 20 mil barris de petróleo podem ter vazado no mar do Caribe.