Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, expressou otimismo em relação ao resultado das conversações entre a Turquia e os Estados Unidos a respeito da venda dos caças F-16 e F-35 fabricados pela montadora Lockheed Martin, informou na quinta-feira (21) a agência turca Anadolu.
"Receberemos esse nosso montante de US$ 1,4 bilhão [R$ 7,6 bilhões] de uma forma ou de outra", disse Erdogan, disse ele a repórteres em um voo de retorno da Nigéria sobre o acordo entre os EUA e a Turquia, que previa a entrega dos F-35 a Ancara.
"Acredito que faremos progressos. É claro que falaremos sobre isto com [o presidente dos EUA, Joe] Biden na reunião do G20 em Roma", apontou, em referência ao evento previsto para 30-31 de outubro.
Em dezembro de 2017 a Turquia assinou com a Rússia um acordo de compra de sistemas de defesa antiaérea S-400, levando a conflitos com os EUA, que afirmaram que o produto pode ser usado para obter secretamente detalhes confidenciais sobre os F-35, e que os S-400 são incompatíveis com os sistemas da OTAN.
Washington acabou por expulsar Ancara do programa dos F-35, que tiveram financiamento da Turquia, apesar de o governo do país garantir que os S-400 "não serão integrados no sistema de segurança ou no sistema de defesa aérea da OTAN". Depois disso, o governo de Erdogan afirmou que estava considerando a possibilidade de expandir sua frota e atualizar as aeronaves F-16 existentes como uma alternativa.
"Nossa primeira escolha é comprar o F-35, e este é o nosso direito", disse Ibrahim Kalyn, porta-voz presidencial da Turquia, em uma entrevista ao jornal Milliyet.
"Se a crise com os Estados Unidos for superada, a Turquia entrará novamente no programa, e nós receberemos nossos F-35. Se o problema não for resolvido, continuaremos procurando alternativas. A expansão da frota existente dos F-16 e sua modernização pode ser considerada uma alternativa. Dependendo das condições, uma decisão final será tomada com base em nossas necessidades".