Bolsonaro aciona STF contra decisão da CPI por suspensão de redes sociais
Nesta quarta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro acionou o Supremo Tribunal Federal contra a quebra de seu sigilo telemático e a suspensão de suas contas nas redes sociais, decididas pela CPI da Covid. O requerimento foi aprovado pela comissão depois que o chefe do Executivo divulgou informação falsa associando a vacina contra a COVID-19 ao risco de infecção pela Aids. A Advocacia-Geral da União, que faz a defesa judicial do governo federal, afirma que a CPI não tem o poder para investigação criminal do presidente. O pedido é para não permitir o compartilhamento dos dados com a Procuradoria-Geral da República e com o STF, bem como para anular os ofícios encaminhados pela comissão às plataformas sociais cobrando o banimento dos perfis de Bolsonaro. Entretanto, o Brasil confirmou mais 433 mortes e 17.117 casos de COVID-19, totalizando 606.726 óbitos e 21.765.420 diagnósticos da doença, informou o consórcio entre secretarias estaduais de saúde e veículos de imprensa.
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto, 20 de outubro de 2021
© AP Photo / Eraldo Peres
CVM abre processo sobre Petrobras após declarações de privatização da estatal
Nesta quarta-feira (27), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu processo administrativo sobre a Petrobras logo após declarações do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia Paulo Guedes a respeito da privatização da empresa. O objetivo da investigação não é mencionado no registro do site da comissão. De acordo com uma fonte familiarizada com o assunto, o processo foi aberto depois que a Petrobras questionou o Planalto sobre a existência de estudos para a privatização da companhia, na segunda-feira (25). Em entrevista à Rádio Caçula FM, de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, o chefe da República afirmou que a medida "entrou no radar" do governo. Logo depois, Paulo Guedes disse que uma frase do presidente sobre a privatização da petrolífera bastou para as ações dela subirem.
Logo da estatal Petrobras na Refinaria Alberto Pasqualini em Canoas, Rio Grande do Sul, 25 de outubro de 2021
© REUTERS / DIEGO VARA
Irã acorda em reiniciar negociações nucleares em novembro
O Irã disse nesta quarta-feira (27) que vai retomar as negociações com as principais potências mundiais em novembro sobre o relançamento do acordo nuclear de 2015, após um intervalo de cinco meses e ante avisos de que a paciência internacional está se desgastando. O país realizou seis rodadas de negociações indiretas em Viena com a administração Joe Biden, mas elas foram interrompidas em junho, quando um novo governo de linha-dura chegou ao poder em Teerã. Durante sua visita a Bruxelas, o vice-chanceler iraniano Kani Bagheri afirmou que viu progresso nas conversações com o mediador da União Europeia, Enrique Mora, que também visitou Teerã neste mês. "Acordamos em começar negociações antes do final de novembro. A data exata será anunciada no decorrer da semana que vem", escreveu Bagheri, principal negociador do Irã, no Twitter. Ele notou que teve "um diálogo muito sério e construtivo" com Enrique Mora "sobre os elementos essenciais para negociações bem-sucedidas". Os Estados Unidos, entretanto, foram cautelosos quanto ao anúncio do Irã, mas disseram acreditar que apenas um "pequeno número de questões" estaria pendente após a sexta rodada de conversações em Viena.
Vice-chanceler iraniano Kani Bagheri e o mediador da União Europeia nas negociações nucelares Enrique Mora, durante encontro em Teerã, Irã, 14 de outubro de 2021
© REUTERS / Agência de notícias WANA / Chancelaria do Irã
Blinken realiza conversações com chanceler do Sudão
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, em ligação telefônica com sua homóloga sudanesa, ofereceu o apoio dos Estados Unidos na transição do país para um governo civil após o golpe militar. Segundo o comunicado do porta-voz do Departamento de Estado Ned Price, "o secretário de Estado Antony Blinken conversou hoje [27] com a chanceler do Sudão, Mariam al-Mahdi, para solicitar sua opinião sobre as medidas que os Estados Unidos podem tomar para apoiar o povo sudanês em seu apelo por uma transição civil para a democracia, em conformidade com a Declaração Constitucional do Sudão". Além disso, também ontem (27), Blinken ligou à presidente da Comissão da União Africana (UA) Moussa Faki Mahamat, para discutir a decisão da UA de suspender o Sudão. Eles concordaram que o Sudão deve retornar a um governo liderado por civis. Em 25 de outubro, os militares sudaneses detiveram o premiê Abdalla Hamdok, já entretanto liberado, e vários ministros do gabinete, levando centenas de pessoas a tomarem as ruas de Cartum para protestar contra a tomada de poder pelos militares.
Manifestantes sudaneses durante protestos contra golpe militar no país, Atbara, Sudão, 27 de outubro de 2021
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Presidente de Taiwan confirma presença de tropas dos EUA na ilha
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, confirmou nesta quarta-feira (27) que um pequeno número de tropas norte-americanas está presente na ilha para prestar ajuda no treinamento dos militares locais. Em entrevista à CNN, Tsai descreveu Taiwan como um "farol" regional da democracia que está enfrentando um vizinho autoritário gigante, e avisou que a ameaça a partir de Pequim está crescendo "a cada dia". As palavras de Tsai são a primeira vez que um líder de Taiwan fez publicamente a admissão da presença de tropas americanas desde que a última guarnição dos EUA partiu em 1979, quando Washington mudou o reconhecimento diplomático para Pequim. Perguntada sobre quantos militares dos EUA estão na ilha, Tsai respondeu "não tantos quanto as pessoas pensam". "Nós temos uma ampla gama de cooperação com os EUA com o objetivo de aumentar a nossa capacidade de defesa", acrescentou. A presidente também adicionou que acredita que os EUA defenderão a ilha no caso de um ataque chinês.
Veículos militares taiwaneses no desfile do Dia Nacional de Taiwan, 10 de outubro de 2021
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EUA e Turquia realizam consultas 'frutíferas' sobre programa dos F-35
Delegações americana e turca realizaram negociações sobre a resolução da disputa relativa à remoção da Turquia do programa de caças F-35 devido à compra por Ancara dos sistemas de defesa aérea russos S-400, informou ontem (27) o porta-voz do Departamento e Defesa dos EUA, o tenente-coronel Anton Semerloth. "O diretor principal para a Europa e a Política da OTAN, Andrew L. Winternitz, e a diretora de Planejamento, Programas e Análise do Gabinete do vice-secretário de Defesa para Aquisições e Manutenção, Melissa Benkert, lideraram uma delegação do Departamento de Defesa dos EUA a Ancara em 27 de outubro para resolução das disputas a fim de resolver as questões remanescentes resultantes da retirada da Turquia do programa F-35", disse Semerloth. Ele afirmou que as discussões foram "frutíferas", adicionando que as delegações planejam se reunir nos próximos meses em Washington. "O encontro demonstra que as autoridades dos EUA intentam de forma respeitosa acabar com as questões da participação anterior da Turquia do programa F-35", disseram no Pentágono.