Durante uma nova chamada telefônica entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta quinta-feira (11), Minsk foi apontada pela líder europeia como principal responsável pela crise vivida na fronteira entre a Polônia e Belarus.
"Durante a conversa telefônica, a chanceler [da Alemanha] e o presidente da Rússia trocaram opiniões sobre a situação atual na fronteira belarussa-polonesa. A chanceler enfatizou que a razão de tal evento é o governo belarusso, que está utilizando pessoas indefesas em um ataque híbrido contra a UE", afirmou o governo alemão.
Fica assim marcado o segundo dia de conversações entre os dois chefes de Estado, com o objetivo de discutirem soluções para o problema em causa.
Polícia polonesa na fronteira com Belarus, perto de Kuznica, Polônia, 10 de novembro de 2021
© REUTERS / Polícia da Polônia
Na quarta-feira (10), ante o aumento da violência na fronteira entre Belarus e a Polônia, o presidente russo mostrou ser favorável ao contacto direto entre Bruxelas e Minsk, e o potencial reatar de suas relações.
Moscou, até o momento, se mostra disponível para participar de discussões com seus parceiros europeus sobre como resolver a questão belarussa, uma vez que a Rússia é um aliado próximo do governo de Minsk.
Crise na fronteira com a UE e instabilidade no mar Negro
Contudo, apesar de ambos os líderes estarem cientes da gravidade da atual crise vivida na Europa, "a natureza desestabilizadora e perigosa das atividades provocatórias das Forças Armadas dos EUA e de vários outros países da OTAN no mar Negro também foi notada", advertiu o Kremlin em um comunicado.
As aeronaves de reconhecimento da OTAN elevaram significativamente a intensidade dos voos perto das fronteiras russas no mar Negro, ressaltou a Defesa russa.
Na terça-feira (9), um avião de reconhecimento e controle de ataques E-8C da Força Aérea dos EUA foi identificado próximo da fronteira russa sobre o mar Negro. A atividade de aviões e drones de reconhecimento estrangeiros perto das fronteiras russas aumentou, apesar de Moscou ter apelado à aliança ocidental, por várias vezes, para parar tais ações.