Panorama internacional

Se não forem evacuados, comandos afegãos podem ser capturados pelo Daesh, diz militar dos EUA

No final de agosto de 2021, a ocupação do Afeganistão pelos EUA terminou de um jeito demasiado caótico, abrindo caminho para o Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista) retomar o poder do país ao fim de quase 20 anos.
Sputnik
Glenn Pangelinan, ex-chefe da Inteligência de Guerra Especial da Marinha dos EUA, advertiu que milhares de comandos afegãos poderiam se voltar para o Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países) caso Washington falhasse em os evacuar do Afeganistão.

"A estimativa é de 5.600 [comandos] [...] São indivíduos que receberam formação da comunidade de inteligência. São pessoas a quem foram dadas táticas especiais de treinamento com armas", explicou Pangelinan à Fox News.

O ex-chefe da inteligência da marinha norte-americana deixou claro que se os comandos afegãos perceberem que não serão evacuados, poderão "vender" suas habilidades ao Daesh ou ao Talibã.
Centenas de pessoas se reúnem perto de um avião de transporte C-17 da Força Aérea dos EUA em um perímetro no aeroporto internacional de Cabul, Afeganistão, 16 de agosto de 2021
"[...] O que faria uma pessoa para salvar seus filhos ou sua família se eles fossem ameaçados pelo Daesh ou pelo Talibã? O que você faria? Só podemos considerar o pior", lamentou Pangelinan.
Glenn Pangelinan deu seu parecer após o republicano Mike Waltz ter exortado o Congresso a aprovar legislação para facilitar a evacuação dos aliados em questão pela administração Biden.
"Sabemos que o Talibã os está caçando. Eles [Talibã] estão procurando forçá-los, por coerção, a entregar tal informação para que possam usá-la e entender como operamos", sublinhou Waltz, também em entrevista à Fox News.

O republicano acrescentou que não descarta a possibilidade de os militares norte-americanos enviarem seus "operadores especiais" de volta para o Afeganistão, de modo a "lidar com a crescente ameaça do Daesh e da Al-Qaeda [organização terrorista proibida na Rússia e em outros países] [...] Agora eles conhecem nossas táticas, técnicas e procedimentos, que colocam [as vidas dos] futuros soldados norte-americanos em jogo. Portanto, é ainda mais crítico que tiremos esses comandos [do Afeganistão]".

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