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Ernesto Araújo sobre governo Bolsonaro: 'Virou a base do Centrão'

Ex-ministro das Relações Exteriores criticou a forma como o governo tem conduzido sua gestão e afirmou que membros da administração não "enfrentam o sistema por falta de coragem ou interesse".
Sputnik
Durante participação em um congresso conservador em Santa Catarina no último fim de semana (13 e 14), o ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, criticou a aproximação do governo do presidente Jair Bolsonaro com o Centrão.
"Surgiu aquela coisa: 'Precisamos fazer do Centrão a base do governo'. O que a gente viu é que o governo virou a base do Centrão", disse Araújo ao longo do evento.
Fazendo referência ao filme Matrix, no qual um dos personagens principais tem que escolher entre tomar uma pílula azul (que significa ignorância) ou uma vermelha (que significa realidade), Araújo disse que "colocaram uma pílula azul no café do presidente".
"O pior é que colocaram uma pílula azul no café do presidente da República. Azularam completamente o governo e a atuação do presidente [...]. Um governo, que foi eleito por uma grande tomada de pílula vermelha, resolveu tomar a pílula azul. Às vezes eu acho que em alguma reunião ministerial que eu não estava distribuíram a pílula azul e todo mundo tomou", comparou.
Adicionalmente, em sua interpretação, Araújo acredita que há uma certa covardia por membros do governo que não "enfrentam o sistema, seja por falta de coragem, convicção ou por interesse pessoal".
Ernesto Araújo, apontado como favorito à chefia do MRE brasileiro, olha para o presidente eleito Jair Bolsonaro, 14 de novembro de 2018

Legado marcado por polêmicas

Ernesto Araújo chefiou o Itamaraty de janeiro de 2019 até março de 2021, quando pediu demissão alegando ter sofrido pressões políticas enquanto ocupava a vaga no ministério.
Sua gestão foi marcada por polêmicas e muitas críticas, principalmente após o estouro da pandemia, quando fez uma série de declarações anti-China que dificultaram a comunicação do Brasil com o país asiático para adquirir insumos chineses e produzir vacinas no Brasil.
Araújo foi substituído por Carlos França que até agora permanece como chefe da pasta.
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