A Gazprom, empresa estatal de gás natural da Rússia, comunicou ao canal Rossiya 24 que parará o fornecimento de gás à Moldávia, depois que Chisinau falhou o prazo de pagamento, o qual terminava na segunda-feira (22).
"Tendo em conta a situação difícil, muito difícil na situação econômica e financeira da Moldávia, desejando que a Moldávia tenha a possibilidade de cumprir suas obrigações de pagamento relativamente à Gazprom, e também tendo em conta a posição do presidente da Rússia [Vladimir Putin], ao qual o lado moldavo por várias vezes pediu apoio, a Gazprom tomou a decisão de assinar o contrato praticamente nas condições da Moldávia, mas com uma condição importante: a Moldávia liquidará 100% dos pagamentos correntes dentro do prazo", anunciou Sergei Kupryanov, porta-voz da Gazprom.
"O novo prazo dos atuais pagamentos [é] hoje, 22 de novembro. Não há pagamento. Devido a isso, hoje a Gazprom, de acordo como contrato, comunicou ao lado moldavo que daqui a 48 horas o fornecimento de gás à Moldávia será parado", acrescentou.
Kupryanov expressou insatisfação por este desenvolvimento.
"A Gazprom está fortemente desapontada por a Moldávia não cumprir as suas obrigações referentes ao contrato de gás, que foi assinado praticamente nas suas condições", comentou.
Resposta da Moldávia
O Ministério das Infraestruturas da Moldávia indicou à Sputnik que o governo moldavo não recebeu aviso da possibilidade de corte de fornecimento de gás em caso de incumprimento do pagamento.
"Não recebemos tal aviso", disse o vice-primeiro-ministro Andrei Spynu.
Em 29 de outubro, a Gazprom e a Moldávia prorrogaram o contrato de fornecimento de gás ao país por mais cinco anos, começando em 1º de novembro. A empresa russa referiu que os lados assinaram um documento de regularização das questões correntes no âmbito do gás, e que as condições do novo contrato são mutuamente vantajosas.
Chisinau, por sua vez, informou que no novo contrato será utilizada a fórmula proposta pela Moldávia. Além disso, a dívida da empresa de gás moldava à Gazprom, Moldovagaz, será auditada em 2022. Planeja-se que, depois disso, a dívida será paga nos cinco anos seguintes, incluindo as multas.