Após indicar o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, para a Embaixada do Brasil na África do Sul, o governo Bolsonaro retirou oficialmente o pedido de designação junto às autoridades sul-africanas seis meses depois, segundo a Folha de São Paulo.
Entretanto, a decisão não partiu necessariamente do governo brasileiro. De acordo com a mídia, o Brasil havia enviado um documento solicitando que Crivella fosse o embaixador, mas para tal ação, é necessário que a África do Sul aprove o candidato à embaixada.
No caso, foi executado um agrément, ou seja, uma consulta formal na qual um país pede ao outro que analise a proposta. Depois de todo esse tempo, o governo sul-africano ainda não aceitou o nome de Crivella, e com isso, o governo brasileiro decidiu retirar o nome do ex-prefeito.
Na linguagem diplomática, um agrément que fica sem resposta significa que o escolhido não foi aceito pelo país anfitrião.
A indicação de Crivella, que é evangélico da Igreja Universal, foi costurada como um agrado de Bolsonaro à igreja.
E, possivelmente, esse foi o motivo da resistência do governo sul-africano, a partir do momento que países como Moçambique e Angola estão vendo o poder da igreja avançar, não só na influência sobre a população, mas em questões econômicas incluindo corrupção.
O governo de Cyril Ramaphosa então teme que o ex-prefeito do Rio transforme a missão diplomática em um posto avançado da Universal no território africano, segundo a mídia.