Teerã não aceitará outras condições que não as acordadas originalmente no Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), ou tratado nuclear, disse na segunda-feira (29) Hossein Amir-Abdollahian, ministro das Relações Exteriores do Irã.
"A República Islâmica do Irã não entrará em qualquer discussão sobre assuntos além do acordo nuclear", advertiu Amir-Abdollahian em uma declaração
publicada pela agência iraniana Fars.
O chanceler iraniano notou que o regresso dos EUA ao JCPOA não interessará ao governo do Irã se não forem oferecidas garantias de que Teerã poderá ter relações econômicas seguras com o país norte-americano.
"Acordo é possível se outras partes
demonstrarem vontade política na prática", apontou.
Mikhail Ulyanov, representante permanente da Rússia perante organizações internacionais em Viena, Áustria, por sua vez, elogiou a postura do lado iraniano no primeiro dia das negociações.
"Os iranianos, para os quais a questão principal é o cancelamento das sanções americanas, aceitaram trabalhar paralelamente na segunda via, a nuclear, que prevê o regresso de Teerã aos parâmetros originais do acordo, assinado no ano 2015", acrescentou.
Na segunda-feira (29) se iniciou em Viena, Áustria, uma nova rodada de negociações sobre o regresso ao JCPOA, e cancelamento de sanções dos EUA contra Teerã. Elas começaram depois da saída do poder na Casa Branca de Donald Trump em janeiro de 2021, que instaurou uma política anti-iraniana, saindo do JCPOA e aplicando novas sanções ao país persa em 2018,
pondo em causa o funcionamento do acordo.
O JCPOA foi assinado em 2015 pela Alemanha, China, EUA, França, Irã, Reino Unido, Rússia e União Europeia, tendo o objetivo de prevenir um eventual uso de urânio para Teerã construir armas nucleares, em troca da retirada de sanções ao país.