Nesta quarta-feira (1º), a primeira refinaria vendida pela Petrobras – desde que decidiu se desfazer de metade de sua capacidade de refino – entra em operação sob a gerência de seu comprador.
A Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, foi vendida por R$ 10,1 bilhões e agora pertence ao fundo árabe Mubadala Capital, segundo a Folha de São Paulo.
Agora, a unidade passará a se chamar Refinaria de Mataripe e será gerida pela Acelen, empresa criada pelo Mubadala para atuar no mercado de refino brasileiro. Entretanto, durante o período de transição, a Petrobras apoiará a Acelen na operação das instalações.
Além da refinaria, a transação incluiu um terminal marítimo de movimentação de petróleo e combustíveis e a malha de dutos associada aos dois negócios, com 669 quilômetros de extensão.
Ao todo, a estatal brasileira anunciou a venda de oito refinarias no âmbito de processos que deveriam ser concluídos até o fim do ano, mas até o momento, só três tiveram contratos assinados.
A ação é questionada na Justiça por sindicatos de petroleiros, que realizarão um ato nacional na sexta-feira (3) contra a venda. A venda de ativos da estatal chegou a ser contestada pelo Congresso no Supremo Tribunal Federal (STF), porém, não obteve sucesso.
"A gestão da Petrobras está se desfazendo de ativos importantes para o país, tornando-se uma empresa pequena, exportadora de óleo cru, 'suja' ambientalmente. É preciso barrar essas privatizações", disse o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
No entanto, de acordo com a mídia, a estratégia da empresa para o setor de refino prevê a manutenção apenas das unidades localizadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, que têm cerca de 50% da capacidade nacional de refino e ficam mais próximas dos campos produtores de petróleo e dos maiores mercados consumidores.