De acordo com o portal especializado em aviação AVIA.PRO, o comando militar dos EUA decidiu implantar lá seis aviões de assalto Embraer EMB 314 Super Tucano.
Falando sobre o assunto, o coronel da reserva do Exército russo Mikhail Timoshenko recordou que os americanos compraram aproximadamente 30 dessas aeronaves para serem enviadas ao Afeganistão.
O que se sabe é que, inicialmente, estas aeronaves supostamente eram usadas pela Força Aérea do Afeganistão, contudo, após o Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista) assumir o poder no país, os EUA decidiram enviar estas aeronaves à Ucrânia, para serem utilizadas na zona de conflito em Donbass.
Já sobre a possível implantação das aeronaves na Ucrânia, o especialista destacou que a manutenção destas aeronaves era realizada pela Sierra Nevada Corporation, e que, caso estas aeronaves sejam de fato enviadas à Ucrânia, a manutenção se tornaria um problema, "mas não é nada que não possa ser resolvido".
Já sobre o Super Tucano, ele afirmou que a aeronave brasileira é excelente nos requisitos de carga de combate, alcance de voo e velocidade.
"O interessante é que sua velocidade de estol é de aproximadamente 150 quilômetros por hora, ou seja, você pode voar com boa sustentação a 160 ou 170 quilômetros por hora, basicamente a velocidade de um carro, e ver o que está debaixo de você", explicou o especialista.
Além disso, o especialista militar ressaltou que a aeronave está bem munida com eletrônicos, incluindo sistemas de alerta de ataque de mísseis, ou seja, você pode fazer manobras de evasão e estar bem armado, contando com mísseis não guiados, mísseis ar-ar Sidewinder, bem como bombas.
Comentando sobre a possibilidade de as aeronaves brasileiras serem utilizadas em Donbass, Mikhail Timoshenko acredita que os Super Tucano possam ser usados na região, já que são de uso fácil e boas máquinas.
Problemas na Força Aérea da Ucrânia
De acordo com o especialista, a Força Aérea ucraniana estaria passando por problemas para operar seus caças, em particular os Su-27, Su-24, Su-25 e MiG-29.
Com relações tensas com a Rússia, a Ucrânia perdeu o acesso à indústria de defesa do país vizinho para obter peças de reposição. Já a manutenção dos caças Su-27 e MiG-29 é de alto custo em contraste com a do Super Tucano brasileiro.
"Em primeiro lugar, as aeronaves MiG-29 e Su-27 ucranianas são poucas. Em segundo lugar, para as usar bem, você precisa ter um bom reconhecimento do campo de batalha, caso contrário, tudo que você leva nas asas você vai jogar no lugar errado, por exemplo, em um depósito de resíduos vazio [...] Além do mais, você tem que fazer a manutenção, o que é algo bastante caro", explicou.
Super Tucanos poderão enfrentar artilharia antiaérea em Donbass
Anteriormente, o especialista havia afirmado que, caso a Ucrânia implante os aviões Super Tucano em Donbass, eles se tornarão os últimos aviões e pilotos das Forças Armadas ucranianas a sobrevoarem a região.
Isso porque eles não possuem sistemas clássicos contra defesa antiaérea e, em caso de guerra, haverá sistemas de mísseis e artilharia posicionados, com a linha de frente formada por sistemas Tor e Buk, e adiante estarão posicionados sistemas S-300, S-400 e S-500, que poderão ser utilizados.
Mikhail Timoshenko também ressaltou que a profundidade do território das repúblicas autoproclamadas não é grande, sendo aproximadamente de 100 quilômetros, contudo, existem muitas áreas povoadas.
"Trata-se de uma região densamente povoada. Se você trava uma batalha contra guerrilheiros que estão concentrados em uma floresta, então tente primeiro os encontrar", declarou.
O especialista explica que, "coberto pela vegetação, você pode até tentar disparar alguma coisa inesperada contra o Super Tucano. Mas, lá já não têm maciços florestais, mas sim campos, então, as tropas vão te ver antes de você entender com quem você está lidando, e elas vão te derrubar".
"Já se for em áreas habitadas, aí fica tudo mais claro. A última coisa que conseguirá ver é a trajetória de um projetil disparado contra você", observou.