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Ao buscar aliados, Belarus mira em eficiente produção de cloreto de potássio para atrair Brasil

Alvo de sanções pela União Europeia e Estados Unidos, Belarus busca maior aproximação com outros países. Só em 2020, Minsk respondeu por 20,9% das importações de cloreto de potássio para fertilizantes feitas pelo Brasil.
Sputnik
De acordo com a Folha de São Paulo, em uma tentativa de estreitar relações com Brasil, Belarus tem usando como uma carta na manga um insumo estratégico para a produção de alimentos: o cloreto de potássio.
O cloreto de potássio é um dos fertilizantes mais utilizados por agricultores, muito comum para o cultivo da soja e do milho. O Brasil tem poucas jazidas mapeadas do produto e importa 95% do que consome, já Belarus, é a segunda maior produtora mundial do insumo.
Em 2020, Minsk respondeu por 20,9% das importações do fertilizante pelo Brasil, ficando atrás apenas de Rússia e Canadá como fornecedora.
Em entrevista à mídia, o novo embaixador do país em Brasília, Sergei Lukashevich, ressaltou que os insumos têm sido importantes para o crescimento da produção agrícola brasileira por um longo tempo.
"A principal 'vítima' das sanções da União Europeia e dos EUA na esfera do comércio de fertilizantes de potássio não será a própria Belarus, mas a segurança alimentar mundial, assim como a agricultura brasileira", afirmou.
Do lado brasileiro, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, foi mais explícita. Disse que a interrupção do fornecimento do produto vindo da Belarus pode impactar no preço dos alimentos na safra a ser plantada no ano que vem.
Trator joga fertilizantes em plantação de soja em Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná, em 27 de novembro de 2021
A possível escassez do potássio belarusso é acompanhada com preocupação por produtores agrícolas.
"Até o momento, as sanções não impediram a exportação. Dificultaram a logística, pois foi necessário remanejar o escoamento de portos da Lituânia para a Rússia. A preocupação é que a questão geopolítica se agrave", diz Reginaldo Minaré, diretor técnico-adjunto da Confederação Nacional da Agricultura.
Em nota enviada à reportagem da Folha, o Itamaraty disse que tem recebido relatos de produtores agrícolas preocupados com os entraves no fornecimento de fertilizantes. O ministério afirmou que tem procurado identificar potenciais mercados exportadores alternativos para o Brasil.
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