A Rússia vai invadir a Ucrânia, afirmou na terça-feira (7) Anders Rasmussen, antigo secretário-geral da OTAN (2009-2014) e ex-premiê da Dinamarca (2001-2009).
De acordo com Rasmussen, que foi citado pela emissora TV2 e considerou suas informações "de confiança", a invasão pode acontecer já no início de 2022 e incluirá até 175.000 militares. Durante a primeira fase, a Rússia fecharia à Ucrânia o acesso ao mar Negro para impedir a chegada de novos suprimentos. Em uma fase seguinte, Moscou bombardearia as forças ucranianas e, na terceira fase, os militares russos se dirigiriam à capital Kiev.
"Então há planos completamente concretos, mas não sabemos se [Vladimir] Putin os realizará", disse. Apesar disso, ele crê que uma eventual invasão do país vizinho da Rússia não será surpresa, ao contrário da "surpresa completa" para a OTAN que foi a integração da Crimeia no território russo em 2014, que ele chamou de "anexação".
"Agora os americanos e a UE [União Europeia] concordam completamente que haverá sanções muito fortes contra a Rússia se Putin entrar na Ucrânia. Por isso, o preço pode ser demasiado alto para Putin, tanto internamente como externamente", sugeriu o ex-premiê dinamarquês.
Na opinião de Anders Rasmussen, o objetivo de longo prazo, bem explicado pelo próprio presidente da Rússia, é de prevenir a entrada da Ucrânia na Aliança Atlântica e na UE, para que ambos os blocos estejam relutantes em aceitar um Estado-membro envolvido em um conflito.
Vladimir Putin declarou múltiplas vezes que a continuação da expansão da OTAN para o leste é uma "linha vermelha" que a Rússia não pode aceitar. Desde o fim da URSS que a Rússia tem protestado contra a entrada na OTAN de ex-países do Pacto de Varsóvia, incluindo antigas repúblicas soviéticas.
O Kremlin tem rejeitado acusações do Ocidente de que a Rússia planeja uma "invasão" da Ucrânia, comentando que não ameaça ninguém, e que tal retórica é usada como pretexto para aumentar a presença militar e atividade da OTAN perto das fronteiras russas. Ao mesmo tempo, Moscou afirma que a Ucrânia juntou mais de 120.000 militares perto da zona de conflito em Donbass, e que os países ocidentais estão desestabilizando a situação.