Enquanto no Brasil discute-se a adoção dos passaportes vacinais, tema que opõe a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o presidente Jair Bolsonaro, a representante da ONU (Organização das Nações Unidas) disse que "a vacinação obrigatória não é aceitável".
A vacinação "deve sempre respeitar os direitos humanos e forçá-la não é aceitável", declarou Bachelet, segundo informações do portal Le Figaro.
A alta comissária afirmou ainda que os objetivos dos países que planejam adotar a vacinação obrigatória contra a pandemia são "do mais elevado nível de legitimidade e importância".
Contudo, para ela, "sob nenhuma circunstância as pessoas devem ser vacinadas à força". Em seguida, ela acrescentou que "se uma pessoa se nega a cumprir com a obrigação de ser vacinada, ela pode ter consequências legais, como, por exemplo, uma multa".
Bachelet advertiu que é necessário levar em consideração aspectos importantes dos direitos antes de tornar a vacinação obrigatória.
"Deve-se cumprir com os princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade e não discriminação", explicou, de acordo com a transcrição de um discurso feito durante um seminário do Conselho de Direitos Humanos.
Ao defender que pode ser apropriado restringir direitos e liberdades para pessoas não vacinadas, Bachelet afirmou que qualquer vacinação obrigatória "deve ser submetida a revisões oficiais frequentes para assegurar que continua sendo necessária, proporcional e não discriminatória".