A corrida para o cargo de chefe do Executivo no Brasil está a todo vapor, mesmo com os possíveis presidenciáveis não tendo oficializado suas candidaturas.
Em meio à forte crise econômica que abala o país e o contexto de instabilidade diante da pandemia, a nação acompanha de perto as pesquisas de intenção de votos para entender qual quadro se desenhará ano que vem.
Segundo a nova pesquisa da Genial/Quaest divulgada hoje (8), o quadro continua favorável ao ex-presidente Lula (PT), que lidera em todos os cenários, vencendo em primeiro e segundo turnos.
Já em segundo lugar, está o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), entretanto, o mandatário seria derrubado em qualquer cenário de segundo turno, conforme a pesquisa.
Em terceiro lugar, se consolidou o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (Podemos).
O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia de lançamento de avanços no programa Casa Verde Amarela, em Brasília, 15 de setembro de 2021
© Folhapress / Pedro Ladeira
Falando em números, segundo a pesquisa, os possíveis presidenciáveis se encontram no ranking de intenção de votos dessa forma: Lula teria 46% dos votos; Bolsonaro, 23%; Sergio Moro viria em terceiro, com 10%; Ciro Gomes, na quarta posição, com 5%; João Doria (PSDB), com 2%; e Rodrigo Pacheco (PSD) e Felipe D’Ávila empatados com 1%.
O número de brancos e nulos é de 7% e o de indecisos, 5%.
Uma particularidade sobre Moro, é que mesmo em terceiro lugar para o primeiro turno, o ex-juiz não é reconhecido por 13% dos entrevistados. Entretanto, 61% o conhece, mas não votariam nele para a presidência.
Entretanto, mesmo com um cenário mais negativo para o presidente Bolsonaro, seu governo teve alta na aprovação de seu mandato em 6%, saindo de 50% para 56%.
Outro público onde o presidente melhorou foram os eleitores evangélicos. Entre eles, a diferença entre os que reprovavam o governo e os que aprovaram era de 15 pontos percentuais e agora é de 3 pontos.
Segundo o cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes, as últimas políticas do presidente em relação ao Auxílio Brasil e à aprovação de André Mendonça, ministro evangélico, ao Supremo Tribunal Eleitoral (STF), ajudaram para mudar a concepção dos mais humildes ou evangélicos sobre o presidente.
"Olhando esses números fica claro que o governo conseguiu estancar o desgaste que vinha sofrendo por conta dos problemas econômicos do país. Foram duas ações bem-sucedidas: o anúncio do novo Auxílio Brasil de R$ 400, que vai beneficiar os mais pobres, gerou uma sensação de esperança nesse público; além da indicação e aprovação do novo ministro do Supremo, André Mendonça, que é evangélico", analisou Nunes no Twitter.
Na contramão do cenário nacional, o Nordeste foi a única região que registrou aumento na reprovação ao governo. Oscilou de 60% em novembro para 61%, neste mês.
O levantamento foi feito presencialmente entre os dias 2 e 5 de dezembro, com 2.037 entrevistas em 120 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal.