O delegado Alexandre Saraiva, responsável pela investigação que denunciou o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles por envolvimento em contrabando de madeira, apresentou uma nova denúncia nesta segunda-feira (13).
De acordo com informações publicadas pelo Congresso em Foco, o delegado sustenta que uma determinação do Ministério da Justiça, publicada no final de novembro, manipulou a alocação de agentes da PF na Amazônia.
Queimada em área desmatada no seringal Albracia, dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes, em Xapuri, no Acre. Foto de arquivo
© Folhapress / Lalo de Almeida
A mudança de critérios faz com que policiais recém-formados evitem postos de fronteira e outros locais mais distantes e inóspitos da floresta, facilitando o encaminhamento para outros postos burocráticos, em Brasília e outros lugares.
Antes, a escolha de vagas se dava pela classificação no concurso. Os mais bem classificados podiam escolher onde queriam trabalhar, e os demais eram alocados conforme a necessidade.
Segundo o delegado, a mudança pode comprometer o preenchimento de postos onde se investiga, por exemplo, o desmatamento e o garimpo ilegal.
De acordo com Saraiva, há um déficit de funcionários nessas áreas, problema que agrava que tais crimes não sejam combatidos como se deveria.