Alguns países do G7 condenaram a votação do Legislativo em Hong Kong, dizendo que as regras impostas por Pequim reduzem as cadeiras eleitas diretamente e controlam quem pode concorrer.
No domingo (19) aconteceu a primeira eleição desde a imposição da Lei de Segurança Nacional e a implementação de mudanças radicais no sistema eleitoral, impostas por Pequim. O pleito foi marcado pelo comparecimento baixo da população.
Os chanceleres do grupo G7 das nações mais desenvolvidas expressaram "grave preocupação com a erosão dos elementos democráticos" no sistema eleitoral de Hong Kong após as eleições.
Eles disseram que o novo processo de verificação para "restringir severamente a escolha dos candidatos no boletim de voto minou o alto grau de autonomia de Hong Kong".
Os chanceleres do Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e EUA apelaram à China "para restaurar a confiança nas instituições políticas de Hong Kong e acabar com a opressão injustificada daqueles que promovem os valores democráticos e a defesa dos direitos e liberdades".
Josep Borrell, alto representante da União Europeia (UE) para as Relações Exteriores e Política de Segurança, classificou o pleito "como mais um passo no desmantelamento do princípio de Um País, Dois Sistemas".
A resposta chinesa
Em contrapartida, a China respondeu às declarações dos países do G7. Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, culpou o baixo comparecimento às urnas em função de "elementos anti-China empenhados em destruir Hong Kong e a interferência de forças externas".
Zhao Lijian criticou aqueles "que atacam deliberadamente o sistema eleitoral de Hong Kong", durante uma coletiva de imprensa em Pequim, nesta segunda-feira (20).
"Aqueles que atacam as eleições em Hong Kong não se preocupam com a democracia, apenas querem interferir nos assuntos da China e de Hong Kong, assim como obstruir o crescimento chinês", declarou.
Em seguida, ele ainda disse que essas nações "não estão qualificadas para serem professoras da democracia, e o que elas mais precisam fazer é se olhar no espelho e refletir sobre seus problemas domésticos raciais e de polarização política".
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, em Pequim, no dia 8 de abril de 2020. Foto de arquivo
© AFP 2023 / Greg Baker