O governo belga informou nesta quinta-feira (23) que desativará todas as usinas nucleares no país ao longo dos próximos três anos, escreve o portal Deutsche Welle.
Embora o país continue a investir em tecnologias que poderiam favorecer a construção de reatores menores, a decisão foi tomada a partir da coalização de sete partidos.
Os parlamentares concordaram em investir em "energias renováveis e neutras em carbono", incluindo reatores nucleares da próxima geração.
Isso envolveria destinar fundos a novos reatores modulares menores, que geram menos energia e são mais fáceis de controlar em caso de emergência.
O primeiro-ministro belga, o liberal Alexander De Croo, disse que o principal objetivo do acordo era garantir a segurança do fornecimento de energia.
"Nosso povo e nossas empresas têm direito a isso", disse, acrescentando que o segundo objetivo era "optar totalmente pela inovação".
A Bélgica têm duas usinas nucleares, com sete reatores no total, que são operadas pela empresa francesa Engie.
Em 2019, o Tribunal de Justiça da União Europeia concluiu que a Bélgica infringiu uma norma do bloco ao não realizar as avaliações ambientais exigidas antes de prolongar a vida útil dos reatores nucleares Doel 1 e 2, perto da cidade portuária de Antuérpia, no norte do país.
Na Europa, a Alemanha havia anunciado o desativação de todas as suas usinas nucleares até o final de 2022. Enquanto isso, a França produz cerca de 70% de sua energia em usinas nucleares e planeja construir mais reatores.
A decisão da Bélgica foi tomada enquanto a Comissão Europeia prepara uma série de normas e taxas sobre o que o bloco considera "atividades econômicas ambientalmente sustentáveis".