Propagação e combate à COVID-19

Produtor do Avifavir russo anuncia eficácia de medicamento contra diferentes estirpes de COVID-19

O Avifavir induz novos mecanismos de intervenção antiviral no corpo humano que reduzem os efeitos negativos do SARS-CoV-2 em 47% com tratamento precoce, comunicou o Grupo ChemRar.
Sputnik
O medicamento russo Avifavir é eficaz contra as novas variantes do SARS-CoV-2, incluindo a Delta e Ômicron, relatou na segunda-feira (27) em comunicado o Grupo ChemRar, da Rússia.
As vantagens do Avifavir residem no fortalecimento dos sistemas de replicação resistentes à mutação do vírus RNA com a introdução de três mecanismos adicionais que bloqueiam completamente a infecção viral, conforme indica a declaração.
Além disso, o vírus é incapaz de desenvolver resistência ao favipiravir mesmo com exposição de longo prazo às células infectadas, como foi confirmado em ensaios clínicos, uma vantagem frente a outros produtos nucleosídeos similares propensos a induzir a rápida evolução de variantes clínicas resistentes.
Como aponta o Grupo ChemRar, que analisou 23 estudos de tratamento contra a COVID-19 com o Avifavir, o tratamento precoce com o medicamento reduz em 47% as taxas de hospitalização, progressão viral, recuperação e eliminação do vírus do corpo.
A eficácia do produto foi confirmada em um ensaio clínico em larga escala na Rússia envolvendo 460 pacientes da COVID-19, tendo conseguido aliviar sintomas e reduzir a duração da doença pela metade em comparação com a terapia padrão.
Em particular, após os primeiros quatro dias de tratamento, 65% dos pacientes com Avifavir testaram negativo para coronavírus, o dobro da taxa do grupo de tratamento padrão. Até o dia dez, o número de pacientes negativos atingiu 90%.
Quais as perspectivas para o remédio russo Avifavir contra a COVID-19?
Além disso, a temperatura corporal normalizou mais cedo (no dia três, em comparação com o dia seis do grupo controle) em 68% dos pacientes com Avifavir, e o tempo de melhora clínica também foi superior em três dias (sete, em comparação com os dez do grupo controle).
O Grupo ChemRar desenvolveu e liberou o Avifavir (nome internacional não protegido: favipiravir) para os mercados russo e internacional em junho de 2020 com o apoio do Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo). Desde então ele foi fornecido a mais de 15 países pelo mundo afora.
Além disso, uma revisão retrospectiva da eficácia e segurança do favipiravir está atualmente em andamento em 40.000 pacientes expostos ao produto em ambiente ambulatorial ou internados.
Durante 2020 e 2021, o efeito do favipiravir contra a infecção pelo coronavírus foi examinado em mais de 50 ensaios clínicos envolvendo cerca de 5.000 pacientes na Rússia, Japão, China, Índia, Tailândia, Turquia, Irã, Arábia Saudita, países da União Europeia e América Latina.
Neste momento, o PubMed, banco de dados de literatura médica e biológica internacional, contém quase 900 artigos relacionados ao favipiravir revisados por pares, que apontam a uma alta eficácia e segurança do medicamento contra a COVID-19, indica o comunicado.
"Tendo acumulado vasta experiência com o Avifavir em pacientes infectados com COVID-19, tanto a partir de ensaios clínicos quanto da prática clínica do mundo real, vimos que tomar o Avifavir nos primeiros três a cinco dias após a infecção leva a uma doença mais branda na maioria dos casos e previne a internação", comentou Elena Yakubova, diretora médica do Grupo ChemRar.

"Nos últimos 17 meses, mais de quatro milhões de pacientes foram tratados com favipiravir em todo o mundo. O produto foi bem tolerado sem novos eventos adversos, o que confirma a alta segurança do favipiravir", relatou.

Robert Redfield, renomado virologista americano e ex-diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA (2018-2021), também observa:
"O Avifavir tem se mostrado eficaz contra o COVID-19 em ensaios clínicos e prática médica. Recentemente, foram desenvolvidos antivirais adicionais de ação direta. Estudar a combinação de Avifavir com outros antivirais como Paklovid [da Pfizer] poderia oferecer opções terapêuticas ainda melhores para aqueles com maior risco de progressão da doença COVID-19, reduzir a probabilidade de mutações de vírus resistentes a medicamentos e aumentar o tempo de eficácia da terapia após o diagnóstico."
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