Um grupo de arqueólogos liderado pelo pesquisador da Universidade de Ancara, na Turquia, Vasif Sahoglu escavou pela primeira vez um esqueleto humano pertencente, segundo eles acreditam, a uma das vítimas da erupção vulcânica de Thera, um dos cataclismos mais desastrosos da história que precipitou o fim da civilização minoica.
A explosão vulcânica ocorreu há cerca de 3.600 anos no que hoje é chamado de arquipélago de Santorini, localizado no sul do mar Egeu, de acordo com a National Geographic. Embora se acredite que o desastre natural tenha ceifado a vida de dezenas de milhares de pessoas, até agora nenhum vestígio de qualquer uma delas havia sido descoberto.
Os autores da pesquisa, cujos resultados foram publicados nesta segunda-feira (27) na revista PNAS, especificam que a descoberta ocorreu no sítio arqueológico Cesme-Baglararasi, próximo à baía de Cesme, na Turquia, área que até agora se acreditava ter sido atingida pelas cinzas do vulcão Thera.
No entanto, os cientistas no local identificaram sedimentos de pelo menos quatro ondas de tsunami separadas, todas desencadeadas pela erupção devastadora.
Restos do tsunami da erupção do final da Idade do Bronze
Foram encontradas as ruínas de pedra de uma fortificação da época em meio aos sedimentos dos tsunamis, que incluem duas camadas de cinza vulcânica – a segunda mais espessa que a anterior – e outra camada rica em ossos e outros restos carbonizados.
Além disso, foram encontrados vários poços supostamente cavados por moradores de assentamentos locais para tentar resgatar as vítimas soterradas pelos escombros.
Debaixo de uma dessas fossas, cerca de um metro abaixo do fundo, eles desenterraram os restos do esqueleto de um jovem saudável, aparentemente esmagado pelo desabamento das paredes da fortificação, assim como o esqueleto de um cachorro.
Com base em uma análise de radiocarbono dos depósitos dos tsunamis, os especialistas concluíram que a erupção poderia ter ocorrido no ano de 1612 a.C.