Na noite de terça-feira (28), o ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, convidou o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, à sua casa e, do encontro, saíram promessas de ajuda do lado israelense para os palestinos, de acordo com o Times of Israel.
"Discutimos a implementação de medidas econômicas e civis e enfatizamos a importância de aprofundar a coordenação de segurança e prevenir o terror e a violência – para o bem-estar de israelenses e palestinos", disse Gantz após a reunião.
De acordo com a mídia, Tel Aviv fornecerá à AP um empréstimo US$ 32,2 milhões (R$ 181,4 milhões) sobre as receitas fiscais que Israel coleta em nome de Ramallah. Ao mesmo tempo, haverá a concessão de 600 licenças extras permitindo que empresários palestinos entrem em Israel.
O governo israelense também anunciou a regularização de mais 6.000 palestinos que viviam na Cisjordânia ocupada, a qual está sob controle israelense.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas
© Foto / kremlin.ru
Após a reunião de Gantz com Abbas no final de agosto, o ministro também prometeu emitir milhares de novas carteiras de identidade, mas, no final das contas, apenas 1.200 foram entregues, segundo a mídia.
De acordo com um oficial israelense citado pelo jornal, o ministro disse ao presidente que uma série de medidas econômicas estão sendo avaliadas, incluindo a redução das taxas para a compra de combustível e um programa piloto para permitir que contêineres oriundos da Jordânia entrem na Cisjordânia.
O primeiro-ministro, Naftali Bennett, se opõe a renovar as negociações de paz com os palestinos e se recusou a se reunir com Abbas. No entanto, seu governo prometeu apoiar a Autoridade Palestina e fortalecer sua economia em dificuldades, com Gantz liderando a mudança.
"Se a Autoridade Palestina for mais forte, o Hamas ficará mais fraco. Quando a Autoridade Palestina tiver mais capacidade de fazer cumprir a ordem, haverá mais segurança e nossa mão será menos pesada", disse o ministro no final de agosto.
Repercussão em Gaza
Após o encontro entre as autoridades, um israelense ficou ferido em um ataque a tiros na fronteira de Gaza hoje (29). A reunião entre Abbas e Gantz atraiu a condenação dos governantes do Hamas, segundo a Reuters.
Hazem Qassem, um dos porta-vozes do grupo, disse que ao se reunir com Gantz, Abbas estava "aprofundando as divisões políticas palestinas" e encorajando acomodação com "a ocupação" realizada pelo Estado judeu.
Ainda de acordo com a mídia, os militares israelenses disseram que responderam aos disparos com tiros de tanques, visando postos do Hamas no norte da Faixa de Gaza. Autoridades de Saúde de Gaza disseram que três agricultores palestinos ficaram feridos.