Enchentes no Brasil: governo dispensa ajuda humanitária da Argentina à Bahia
Na tarde desta quarta-feira (29), o número de mortos em decorrência das fortes chuvas no estado da Bahia atingiu 24. São já 132 as cidades baianas em estado de emergência; a tragédia afetou cerca de 630 mil pessoas. Entretanto, apesar dos números tristes, o governo federal dispensou ontem (29) a ajuda humanitária oferecida pela Argentina para as vítimas da tempestade. Recentemente, o país vizinho ofereceu auxílio em forma de profissionais especializados no saneamento, logística e apoio psicossocial. Em nota, o governo brasileiro agradeceu o apoio, mas disse que todos os recursos internos foram mobilizados para lidar com a situação na Bahia. O governador do estado, Rui Costa, criticou ainda o presidente Jair Bolsonaro por não ir ao local das enchentes, apontando o "desprezo" pela vida humana: "Ele não demonstra nenhum sentimento em relação à dor do próximo", afirmou ele em comentário à Folha. No estado de Minas Gerais os temporais também deixaram cidades alagadas e seis pessoas mortas.
Vitória Rocha, de 81 anos, mostra retrato de seus pais em meio aos escombros de sua casa destruída em decorrência das enchentes. Itambé, Bahia, 28 de dezembro de 2021
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País sofre apagão de dados oficiais sobre COVID-19; laboratórios relatam alta da infecção
No momento, na sequência do ataque hacker contra os sistemas do Ministério da Saúde, o Brasil vive um apagão de informação oficial sobre a evolução dos casos da COVID-19, hospitalizações, óbitos e vacinação. A situação agrava-se pela baixa testagem no país. Os especialistas de saúde alertam que, sem informações exatas, eles perdem tempo valioso no combate à pandemia. "Se a gente não tem dados para enfrentar a pandemia, é como se fosse um piloto de avião sem plano de voo", afirma Diego Xavier, da Fiocruz, citado pelo portal G1. De acordo com o jornal Estadão, que cita epidemiologistas, os laboratórios no país têm identificado uma alta de casos da doença nos últimos dias. Uma das explicações podem ser as festas de fim de ano, bem como o avanço da variante Ômicron no Brasil e no mundo, relatada como sendo a mais contagiosa.
Funcionária de saúde preparando dose de vacina contra a COVID-19, São Paulo, 23 de dezembro de 2021
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Em nova ligação telefônica, Biden e Putin vão discutir crise ucraniana
Os presidentes dos EUA e da Rússia, Joe Biden e Vladimir Putin, vão discutir nesta quinta-feira (30) múltiplos assuntos de segurança e questões estratégicas antes de uma série de negociações agendadas sobre a questão da Ucrânia. "O presidente Biden vai conversar com o presidente Putin por telefone a pedido do lado russo", disse um funcionário da administração americana aos jornalistas, ontem (29). "Os dois presidentes vão debater uma variedade de assuntos estratégicos e de segurança", segundo a Casa Branca. Foi também confirmado pelo lado americano que o telefonema ocorrerá às 23h30 em Moscou (17h30 no horário de Brasília). Biden conversará a partir de sua residência na cidade de Wilmington, estado de Delaware. O evento estará fechado para a imprensa. O funcionário americano acrescentou ainda que será preciso um engajamento de alto nível para encontrar um caminho para a desescalada a respeito da situação em torno da Ucrânia, acrescentando que Biden ouvirá atentamente o que Putin tem a dizer e compartilhará seus próprios comentários.
Joe Biden, mantém conversas virtuais com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com a presença do secretário de Estado, Antony Blinken, Washington, 7 de dezembro de 2021
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Zelensky e Blinken concordam em continuar consultas sobre paz em Donbass
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, analisou nesta quarta-feira (29) com o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, o conflito na região ucraniana de Donbass, bem como os próximos contatos diplomáticos com a Rússia. Em conversa telefônica, "discutiram os esforços para resolver de forma pacífica o conflito na Ucrânia e as seguintes aproximações diplomáticas com a Rússia", informou Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado. Zelensky escreveu no Twitter que "foi confirmado o apoio total à Ucrânia por parte dos EUA na contenção da agressão russa". Em 10 de janeiro, os EUA e Rússia iniciarão conversas diplomáticas sobre a estabilidade estratégica e questões de segurança. Kiev tem expressado suas preocupações pelas "ações agressivas" da Rússia ao longo das fronteiras ucranianas, mas o Kremlin diz que a Rússia não é uma ameaça e que desloca as tropas dentro de seu território a seu próprio critério.
Presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, durante reunião do Conselho Europeu, Bruxelas, 15 de dezembro de 2021
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Rei saudita espera que Irã deixe 'comportamento negativo' na região
O rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud, expressou a esperança que o Irã abandone o que ele descreveu como desestabilização da política regional. "O Irã é um país vizinho do Reino [da Arábia Saudita] e esperamos que ele mude sua política e comportamento negativo na região, para o diálogo e cooperação. Estamos muito preocupados com a política do regime iraniano, destinada a comprometer a segurança e estabilidade na região", disse o rei ao Majlis ash-Shura, o conselho consultivo do país, na tarde desta quarta-feira (29), citado pela agência SPA. Ele também manifestou suas preocupações pela recusa iraniana de cooperar com a comunidade internacional sobre o programa nuclear, bem como sobre o desenvolvimento de mísseis balísticos por Teerã. As relações entre a Arábia Saudita e o Irã permanecem tensas devido às preocupações de Riad com o desenvolvimento militar do Irã e o apoio de Teerã aos xiitas em outros países, especialmente aos houthis no Iêmen.
Rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud, discursa durante encontro de líderes do G20, realizado por videoconferência a partir de Riad, Arábia Saudita, 21 de novembro de 2020
© Foto / Serviço de Imprensa G20 2020
'Tsunami' da COVID-19 ameaça abalar sistemas de saúde, avisa OMS
O "tsunami" do coronavírus ameaça sobrecarregar os sistemas de saúde, afirmou a Organização Mundial de Saúde, nesta quarta-feira (29), enquanto os surtos recordes provocados pela cepa Ômicron podem ofuscar as celebrações de Ano Novo em todo o mundo mais uma vez. As autoridades mundiais estão tentando achar um balanço entre restrições epidemiológicas e a necessidade de manter suas economias abertas, mas a variante muito transmissível fez com que os números de casos subissem progressivamente, particularmente em países como os EUA, Reino Unido, França e Dinamarca. Na semana que terminou na terça-feira (28), foram registradas 6,55 milhões de novas infecções globalmente, o maior número desde que a OMS declarou a pandemia da COVID-19 em março de 2020. "Estou muito preocupado com a Ômicron, que sendo mais transmissível e circulando ao mesmo tempo que a Delta, está levando a um tsunami de casos", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da OMS. "Isto coloca e continuará colocando imensa pressão sobre os trabalhadores de saúde exaustos; os sistemas de saúde estão à beira do colapso."
Cartaz de saúde pública "Fiquem Seguros" em Londres, Reino Unido, 28 de dezembro de 2021
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