Segundo o conselheiro do Kremlin, Yuri Ushakov, Putin explicou em detalhes a Biden os princípios fundamentais das iniciativas de segurança recíproca que Moscou descreveu em documento entregue a Washington em meados de dezembro.
"Foi destacado que um avanço nas negociações sobre as garantias de segurança poderá levar a alguma normalização e, possivelmente, à melhoria das relações entre os dois países", afirmou o assessor após a ligação.
Segundo ele, Biden prometeu ao seu homólogo russo que os EUA não planejam utilizar armas ofensivas na Ucrânia. Ushakov ressaltou que a conversa foi construtiva e que ambos concordaram em continuar o diálogo depois do Revéillon.
Apesar do clima amistoso, os dois presidentes não deixaram de fazer advertências.
Putin, por exemplo, alertou Biden sobre a possibilidade de um "colapso total das relações" entre os países em caso de novas sanções norte-americanas, informou o assessor. Por isso, o presidente russo pediu garantias de segurança sobre os conflitos na Ucrânia.
Da mesma maneira, Biden reagiu alegando que a Rússia precisa "reduzir as tensões", declarou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. Segundo ela, o presidente norte-americano afirmou que Washington e seus aliados responderiam a uma "invasão" russa na Ucrânia.
Durante o diálogo, os líderes também discutiram temas que serão tratados nas próximas negociações, que ocorrerão de 10 a 12 de janeiro, em Genebra. Além do encontro bilateral no início de 2022, os presidentes também participarão de reuniões do Conselho Rússia-OTAN e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
"Joe Biden ressaltou a grande responsabilidade da Rússia e dos Estados Unidos pela manutenção da estabilidade na Europa e em todo o mundo", informou a assessoria de imprensa do Kremlin em um comunicado após o telefonema desta quinta-feira (30).