A Casa Branca é responsável pelo assassinato de Qassem Soleimani, general da Força Quds do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), declarou o Ministério das Relações Exteriores do Irã.
"Sem dúvida que o ato criminoso dos EUA de martirizar o general Soleimani é uma manifestação clara de um 'ataque terrorista' que foi orquestrado e realizado em uma maneira organizada pelo então governo dos EUA, pelo qual a atual Casa Branca é agora responsável", comentou a chancelaria, citada na sexta-feira (31) pela agência iraniana Tasnim.
Teerã citou padrões legais globais para defender que os EUA têm "responsabilidade internacional definitiva" pela morte de Soleimani, e alerta que adotou várias medidas para combater o que descreveu ser "impunidade de criminosos", e para responsabilizar os assassinos através de tribunais.
"Estas medidas foram tomadas nas dimensões política, legal, internacional e de diplomacia pública. Neste aspecto, foram feitos esforços especiais nas arenas estrangeira e internacional para evitar a distorção da verdade pelos Estados Unidos e sua manipulação da situação", detalhou o Ministério das Relações Exteriores.
A Tasnim também informou de uma ação de protesto de sexta-feira (31) em Bagdá, junto da Zona Verde, que tem a embaixada dos EUA, onde um grupo de manifestantes ergueu um modelo do prédio e o pintou de graffiti, antes de o acender, agitar bandeiras do Iraque e gritando o slogan "Seu tempo já acabou", aparentemente em direção aos militares dos EUA.
Grande xingamento da resistência iraquiana: ficam junto da embaixada dos EUA em Bagdá gritando sobre a vingança que vão fazer assim que terminar o prazo para as tropas dos EUA saírem, ao mesmo tempo que queimam uma réplica da embaixada
A manifestação, que condenou igualmente a morte de Abu Mahdi al-Muhandis, comandante das Unidades de Mobilização Popular (PMU, na sigla em inglês) do Iraque, foi convocada pelas PMU, que têm 128.000 militares, e foi criada em 2014 para combater o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países). Ela recebeu ajuda de Soleimani quando ele ainda estava vivo.
Qassem Soleimani foi morto em 3 de janeiro de 2020 por um ataque de drone norte-americano quando se preparava para sair do Aeroporto Internacional de Bagdá, Iraque. O oficial chegou ao Iraque nesse dia para entregar uma nota diplomática à Arábia Saudita, com mediação de Bagdá.
Em resposta, o Irã atacou duas base militares dos EUA no Iraque. Não houve mortes, mas vários soldados norte-americanos teriam recebido ferimentos cerebrais graves devido às explosões. Teerã insiste que ainda não vingou a morte de Soleimani.