O aumento salarial dado pelo presidente Jair Bolsonaro aos policiais federais e rodoviários, que receberão R$ 1,7 bilhão do orçamento de 2022, segue causando problemas para governo.
Em ato semelhante ao orquestrado pela Receita Federal nos últimos dias, o sindicato que representa os servidores do Banco Central (Sinal) iniciou movimento de entrega de cargos de chefia na autarquia nesta segunda-feira (3).
Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. Foto de arquivo
Segundo a Folha de São Paulo, a autoridade monetária conta com cerca de 500 posições comissionadas. Os servidores pedem reajuste salarial.
O Sinal ainda anunciou a adesão de trabalhadores do BC à paralisação dos servidores federais de diversos órgãos, que ocorrerá no próximo dia 18, organizada pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado).
"Estamos começando hoje [3], a ideia é fazer reuniões virtuais com servidores de todo o Brasil para convencê-los a aderir, até como forma de pressão para conseguir uma reunião com o presidente [do BC] Roberto Campos Neto. A gente acredita que nas próximas duas semanas teremos uma lista grande", disse um dos representantes do sindicato.
Os servidores que eventualmente substituiriam os comissionados também serão convidados a aderir, abrindo mão de cobrirem os titulares.
"Vamos inviabilizar a administração porque não está sendo atendido o pleito justo também para servidores do BC", completou o sindicato.
O movimento começou com a entrega de comissões na Receita Federal. O Sindifisco (sindicato da categoria) estima que 951 auditores em postos de chefia já abriram mão de cargos comissionados.
Isso ultrapassa, segundo dados divulgados pela entidade, 90% dos efetivos. Outras carreiras do Executivo federal e do Judiciário começaram a se queixar do aumento previsto para policiais.
Entre elas estão os funcionários do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), peritos médicos e auditores agropecuários.