Panorama internacional

EUA não podem continuar sendo 'hipócritas' com situação no Cazaquistão, diz chancelaria da Rússia

Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, disse que o "presidente legitimamente eleito do Cazaquistão" pediu ajuda a Moscou.
Sputnik
O envio de forças de paz da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO) ao Cazaquistão foi realizado de forma absolutamente legítima, enquanto a resposta dos EUA é insultuosa e grosseira, afirmou no sábado (8) Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

"Uma reação clara e perfeitamente legítima a um apelo legítimo. O mais importante: apelo do presidente legitimamente eleito do Cazaquistão [...] Não houve quaisquer questões sobre como estas [eleições presidenciais cazaques] aconteceram. Todos reconheceram, trabalharam, criaram relações. Não há quaisquer dúvidas, é um presidente legitimamente eleito, um governo legítimo, que pediu ajuda à organização da qual participa", afirmou Zakharova no canal Solovyov Live no YouTube.

"Como tal, esta tese favorita [do Ocidente] de que há algum tipo de história ilegal, também não funciona. Por isso, nossos parceiros ocidentais balbuciam, mostram extrema falta de profissionalismo e se contradizem mutuamente. Tenho a impressão que também insultam por pura impotência", continuou.
Ela também criticou as declarações de várias entidades no Ocidente, incluindo de Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, que disse que "uma lição da história passada é que quando você tem russos em sua casa, pode ser difícil os fazer sair".
A chancelaria russa respondeu que ele "brincou à sua maneira grosseira", observando que "se Antony Blinken gosta tanto de lições de história, que tenha em mente o seguinte: quando você tem americanos em sua casa, pode ser difícil permanecer vivo sem ser roubado ou violado".
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Zakharova apontou a tomada do Capitólio de Washington, EUA, em 6 de janeiro de 2021, como exemplo de como o país norte-americano não tem como contestar a legitimidade da reação aos protestos violentos no Cazaquistão.
"Exatamente um ano atrás, o Capitólio foi invadido por cidadãos americanos [...] [isso foi seguido por uma brutal repressão de pessoas que se manifestaram por motivos políticos. Por isso [os EUA] já não têm como mentir e ser hipócritas: quando se vê hostilidades, pessoas com armas, nem sequer são armas de autodefesa, armas, pessoas batendo, pilhando", comentou a porta-voz da chancelaria russa. Segundo ela, agora é impossível defender uma narrativa de protestos pacíficos.

Eventos no Cazaquistão

Os protestos em massa no Cazaquistão contra o aumento nos preços do gás liquefeito começaram no início de 2022. Confrontos com a polícia foram registrados nas ruas das principais cidades cazaques, incluindo a maior delas, Almaty, e a capital Nursultan.
Na quarta-feira (5) a Internet chegou a ser desligada em todo o território do país e vários canais de televisão pararam temporariamente a transmissão. O estado de emergência foi introduzido no Cazaquistão até 19 de janeiro.
Também na quarta-feira (5), o presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokaev, demitiu o governo e assumiu a presidência do Conselho de Segurança do país, solicitando assistência militar à CSTO.
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