Vladimir Zelensky, presidente da Ucrânia, instou os senadores dos EUA a aprovarem um projeto de lei que prevê que a Casa Branca imponha sanções ao gasoduto russo Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2).
"A Ucrânia pede a todos os seus amigos no Senado dos EUA para apoiarem a lei para proteger a segurança energética da Europa", disse no sábado (8) o presidente ucraniano.
Ele também agradeceu aos senadores norte-americanos Ted Cruz e Chuck Schumer por terem concordado em colocar esse projeto de lei à votação.
A votação deverá acontecer na sexta-feira (14). De acordo com o jornal Politico, os democratas, que têm ligeira maioria no Senado e apoiaram previamente a ideia, mudaram de ideias nesta semana, o que significa que o voto pode ser negativo.
Reações ao gasoduto russo
A Ucrânia e várias entidades no Ocidente, particularmente nos EUA, têm criticado o Nord Stream 2, que consideram ser uma forma de a Rússia controlar o fluxo de gás natural liquefeito à Europa e assim o reduzir quando for necessário para fins geopolíticos.
Moscou rejeita tais alegações, lembrando que o fluxo de gás natural liquefeito (GNL) à Europa continua até hoje sem problemas, desde os tempos da URSS, e que o transporte através da Ucrânia continuará enquanto for economicamente viável, não sendo ele politicamente motivado. Além disso, o governo russo afirmou que planeja continuar o envio de GNL à Ucrânia mesmo após o fim do próximo contrato de longo prazo.
A construção do Nord Stream 2 começou em 2018 e foi terminada em setembro de 2021. No entanto, em meados de novembro, a Agência Federal de Redes alemã suspendeu a certificação do gasoduto, explicando que apenas uma empresa alemã proprietária e operadora do trecho alemão do gasoduto pode ser certificada como operadora independente. Os procedimentos serão retomados quando a Nord Stream 2 AG estabelecer uma subsidiária na Alemanha, que terá que reenviar o pedido de certificação.
Foi estimado anteriormente que o processo de certificação para o Nord Stream 2 entrar em funcionamento pode demorar até meados de 2022, podendo mesmo continuar além dessa data. O gasoduto passa desde a Rússia pelo mar Báltico até a Alemanha, tendo perspectivas de aumentar o fluxo de GNL disponível nos países europeus.