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Gazprom rebate acusações de que limita transporte de gás à Europa: 'É melhor se olhar ao espelho'

© REUTERS / Maksim ShemetovPoços de gás detido pela empresa estatal russa Gazprom no campo de gás de Bovanenkovo, Yamal, Rússia (imagem de arquivo)
Poços de gás detido pela empresa estatal russa Gazprom no campo de gás de Bovanenkovo, Yamal, Rússia (imagem de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 25.12.2021
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O jornal The Telegraph escreveu dois artigos que apontaram a Rússia como principal culpada da alta dos preços do gás na Europa, referindo como razão um suposto corte no fornecimento.
A Rússia tem a culpa pelos altos preços energéticos no Reino Unido e na União Europeia, afirmou o jornal The Telegraph.
De acordo com o The Telegraph, "uma forte queda nas importações europeias da Rússia" é o fator principal atrás do "aprofundamento da crise nacional" sentida pelo Reino Unido devido aos preços de energia, supostamente devido a Moscou impedir deliberadamente um fornecimento adicional, para fins geopolíticos ou econômicos.
O jornal nota no seu artigo de quarta-feira (22) que, embora o Reino Unido não importe muito gás diretamente da Rússia, ele o compra da Europa, que depende do fluxo de gás natural liquefeito (GNL) da Rússia, que corresponde a 40% de suas necessidades.
O The Telegraph citou uma análise recente do Instituto de Energia de Oxford, que calculou que o fornecimento de gás russo à Europa caiu 21% no período de janeiro a novembro de 2021 em comparação com o período homólogo de 2019, sendo a queda de 33% se forem comparados os meses de dezembro de 2019 e de 2021.
Não ficou claro por que razão o instituto escolheu 2019 como ponto de comparação, pois a situação econômica e consequente demanda de abastecimento eram muito diferentes durante o período pré-pandêmico. A empresa estatal gás russa Gazprom referiu recentemente que transportou 15% mais GNL a clientes europeus nos primeiros nove meses de 2021 que durante o mesmo período de 2020.
Um segundo artigo, publicado na quinta-feira (23) pelo The Telegraph, e intitulado "Quando Putin Ligará as Torneiras? Europa Enfrenta Inverno Sombrio e Preços de Gás 'Astronômicos'", também culpa Moscou pelas "oscilações de mercado selvagens" dos preços do gás, e sugeriu que as reduzidas exportações transitando pela Ucrânia podem ser "uma tática de pressão geopolítica por Vladimir Putin".

Gazprom responde

A Gazprom rechaçou acusações de que está fornecendo quantidades insuficientes de gás.

"Todas as acusações contra a Rússia e a Gazprom de que damos pouco gás ao mercado europeu são completamente infundadas, inaceitáveis, não correspondentes à realidade. Para dizer simplesmente, mentiras e falsidades", comunicou no sábado (25) Sergei Kuprianov, representante oficial da empresa, ao canal Rossiya 1.

"Todos os problemas cria a própria Europa Ocidental, e não é necessário culpar nisto a Gazprom. É melhor se olhar ao espelho", acrescentou.
Kuprianov indicou o que disse ser a razão da falta de entrega dos volumes necessários.

"Vários de nossos clientes, particularmente da França e Alemanha, já escolheram completamente seus volumes anuais contratados, e, por isso, já não estão mais concorrendo a fornecimentos de gás, enquanto a Gazprom está reservando capacidade de transporte com base nas ofertas disponíveis, e não o contrário".

"A Gazprom está pronta, tanto antes como agora, a fornecer volumes adicionais de gás sob os atuais contratos de longo prazo, e o preço desse transporte é significativamente mais baixo que no local", comentou o representante da Gazprom.

Moscou refere razões para alta de preços energéticos

Putin tem igualmente desvalorizado afirmações por parte da União Europeia (UE) e dos EUA que a Rússia está limitando o fornecimento de gás aos países europeus, referindo a mudança por seus legisladores para a política de contratos de gás de curto prazo, a dependência do continente de fontes verdes de energia e a competição pelo gás com a Ásia como razões para o rápido aumento dos preços energéticos na Europa no último meio ano.
O presidente russo referiu não entender por que razão os depósitos subterrâneos de gás no continente não foram enchidos durante o verão e outono europeus. Nas declarações de sábado (25) Kuprianov também mencionou que o uso das baixas reservas de gás da Alemanha, para as fornecer à Polônia e provavelmente também Ucrânia, são pouco sensatas, devido a já terem sido usadas em 47%, e por causa de preços maiores que os garantidos pela Gazprom.
Um trabalhador da construção civil russo fala em um telefone celular na Baía de Portovaya, cerca de 170 km a noroeste de São Petersburgo, na Rússia, durante uma cerimônia que marcou o início da construção do gasoduto Nord Stream (Foto de arquivo de 9 de abril de 2010) - Sputnik Brasil, 1920, 24.12.2021
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Sem política, Nord Stream 2 estaria operando há tempo e baixando preços do gás na Europa, diz Rússia
O Kremlin também rejeita acusações de que Moscou baixou o fluxo de gás à Europa para acelerar a certificação do Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), respondendo que foram colocados inúmeros entraves à entrada em funcionamento do gasoduto russo desde que sua construção começou em 2018, desde sanções a ameaças de corte do projeto.
O processo foi suspenso devido à decisão do regulador de que a operadora do gasoduto, a empresa Nord Stream 2 AG da Suécia, deve criar uma filial na Alemanha e solicitar um novo pedido de certificação como operadora em seu nome, conforme a legislação europeia. Após a aprovação deste pedido, o regulador promete reiniciar o processo, mas, segundo relatos, isso pode levar vários meses.
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