Panorama internacional

China constrói Lua artificial que simula condições de baixa gravidade na Terra

A China anunciou nesta terça-feira (11) a construção de uma instalação de pesquisa que simula o ambiente de baixa gravidade na Lua.
Sputnik
A instalação servirá como fonte de pesquisas para as atividades de exploração lunar chinesas, informaram os cientistas envolvidos no projeto e ouvidos pelo portal South China Morning Post.
O cientista líder dos estudos, Li Ruilin, disse que o dispositivo é o "primeiro de seu tipo no mundo", e levaria a simulação lunar a um nível totalmente novo.
O simulador pode fazer a gravidade "desaparecer", disse Li, acrescentando que a diferença para os demais simuladores de gravidade semelhantes é que o efeito da "Lua chinesa" pode "durar o tempo que você quiser".
Em outros dispositivos espalhados pelo mundo, a baixa gravidade pode ser alcançada em uma aeronave ou em uma torre de queda, mas ela é sempre momentânea.
No experimento chinês, a paisagem lunar artificial é composta de rochas e poeira que são tão leves quanto as do satélite natural da Terra, onde a gravidade é cerca de um sexto da encontrada em nosso planeta.
Os esforços da China envolvendo a exploração lunar acontecem em meio a uma corrida espacial com os Estados Unidos.
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Após lançar seu programa de exploração lunar, cujas missões recentes incluem pousar um rover no lado oculto da Lua (em 2019) e, no ano seguinte, trazer amostras de rochas de volta à Terra pela primeira vez em 44 anos, a China quer pousar astronautas na Lua até 2030.
Além disso, um projeto envolvendo cientistas chineses e russos planeja estabelecer uma base de pesquisa lunar, sendo que a construção da estação de pesquisa está prevista para 2027.
Espera-se que o experimento gravitacional artificial chinês desempenhe um papel fundamental nas futuras missões lunares da China, incluindo a construção de infraestrutura na Lua, disse Li.
Isso permitirá que os cientistas testem equipamentos, e potencialmente evitem erros de cálculo dispendiosos, em uma simulação do ambiente lunar extremo, onde rochas e poeira podem se comportar de uma maneira completamente diferente do que na Terra.
Não há atmosfera na Lua, a temperatura pode mudar rápida e drasticamente e, em baixa gravidade, as partículas do solo são mais frouxamente ligadas umas às outras.
De acordo com Li, o simulador lunar também pode ser usado para testar se novas tecnologias, como a impressão 3D, podem ser usadas para construir estruturas na superfície lunar. Isso poderia ajudar a avaliar se um assentamento humano permanente poderia ser construído lá.
Missão chinesa Chang'e 4 na Lua, em 12 de janeiro de 2019. Foto de arquivo
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