Uma equipe de pesquisa em Changsha, na província de Hunan, afirma ter desenvolvido o primeiro escudo corporal leve e flexível do mundo para proteger soldados de armas perfurantes.
Nos testes, três rodadas de balas incendiárias perfurantes (API) foram disparadas à queima-roupa na armadura, e nenhuma delas causou dano.
Os cientistas garantem que um tiro de 7,62 mm, quando atingiu os materiais do colete, "efetivamente vaporou" em uma das escamas de cerâmica "super-duras", perdendo a maior parte de sua energia cinética.
De acordo com o professor cientista líder do projeto, Zhu Deju, da Universidade de Hunan, os tiros deixaram marcas de cerca de 20 milímetros (0,8 polegada) de profundidade em uma parede de borracha atrás da amostra do colete, "provando o bom desempenho de proteção do equipamento".
Zhu é um velho conhecido do Exército chinês, e trabalhou em vários projetos militares. Sua armadura do tipo "escama", embora popular no mundo antigo, especialmente na China e no Japão, era difícil de ser aplicada nas forças armadas modernas.
O exemplo mais recente disso foi o Dragon Skin, um colete em "escama" feito pela extinta empresa Pinnacle Armor nos anos 2000, que poderia suportar três tiros de um AK-47, de acordo com relatórios de testes de laboratório.
Mas pouco antes de assinar os contratos, os militares dos EUA descobriram que a penetração poderia ocorrer inesperadamente em ambientes de combate. A empresa com sede na Califórnia faliu em 2010 depois de perder várias batalhas legais para os militares dos EUA.
Soldados do Exército de Libertação do Povo da China nas ilhas Nansha (Spratly), no mar do Sul da China. Foto de arquivo
© REUTERS / Stringer
Algumas forças de operações especiais e empreiteiros civis supostamente usavam a pele de dragão em combate por sua flexibilidade e conforto. Mas nenhum colete à prova de balas pode parar um tiro perfurante sem ter uma placa de cerâmica ou aço, e essas placas só poderiam proteger algumas áreas vitais do corpo por causa de sua inflexibilidade.
Depois de muitas falhas, a equipe de Zhu descobriu que as balanças feitas com carboneto de silício, um material de base semicondutor, tiveram melhor desempenho.
A forma, a espessura e o padrão de empilhamento das balanças tiveram que ser calculados usando uma poderosa modelagem computacional que permitiu detalhes sem precedentes para produzir "resultados confiáveis e consistentes", disse a equipe, segundo informações do South China Morning Post.
A equipe de Zhu não revelou o peso de seu colete e nem detalhou informações sobre a cola usada para colar as balanças ao colete.
Em um ambiente hostil, como no deserto, altas temperaturas, suor e movimento constante podem afetar a resistência da cola e soltar as escamas. Essa, inclusive, foi uma das razões pelas quais o Dragon Skin falhou, de acordo com os militares dos EUA.