As forças especiais da Suécia deixarão sua missão no Mali em 2022, revelou na sexta-feira (14) Ann Linde, ministra das Relações Exteriores do país europeu, citada pela agência britânica Reuters.
"Já decidimos que neste ano sairemos [da] força Takuba. A questão é o que fazemos com a Minusma", disse ela aos repórteres à margem de um encontro em França de chanceleres de países da União Europeia em referência à missão de manutenção da paz da ONU.
A missão Takuba, que se segue à Barkhane, foi liderada pela França e teve participação de um total de 14 países europeus com o objetivo de combater o terrorismo na região de Sahel, África Ocidental. Emmanuel Macron, presidente francês, já reduziu o contingente para menos de 5.000 tropas.
Linde também referiu a presença de um suposto grupo militar privado Wagner afiliado à Rússia, algo que tem sido criticado pela coalizão ocidental no Mali. Entretanto, o governo militar do país africano acusa Paris de o abandonar.
"[...] Se eles [grupo Wagner] tiverem um impacto mais forte, então não será possível continuar com esses grandes números de tropas de nossa parte. Claro que isso terá consequências", comentou a MRE sueca, acrescentando que o Parlamento de seu país debaterá a questão na próxima semana.
O corpo legislativo do país europeu aprovou o destacamento de até 150 militares para Takuba em 2020 e mantém mais 250 efetivos como parte da missão de paz da ONU.
Vasily Nebenzya, representante permanente da Rússia na ONU, disse na terça-feira (11) que, à luz da redução das forças de países ocidentais no Mali, "os malianos ficaram na prática sozinhos frente aos terroristas", pelo que eles têm todo o direito de recorrer àqueles que podem reforçar a segurança do país.
A "histeria" em torno do chamado grupo Wagner, indicou, é "mais uma demonstração de duplo padrão, pois é bem conhecido que o mercado dos serviços em questão é monopolizado por países do Ocidente".
Moscou nega ter algum tipo de presença militar no Mali, mas diz ter contatos militares com vários países, incluindo na África.